“Presença da PM é uma obrigação”, diz capitão

No dia 16 de novembro, a Cidade Universitária amanheceu com duas bases móveis da Polícia Militar, nos portões 1 e 3. Prevista oficialmente pela Reitoria desde a assinatura do convênio entre USP, PM e Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em setembro de 2011, a instalação das bases é vista por muitos manifestantes como uma resposta provocativa ao movimento anti-PM dentro da Universidade.

Segundo o capitão Emerson Massera, da assessoria de imprensa da Polícia Militar, as bases tem função referencial para o modelo de policiamento comunitário, uma das metas previstas no contrato, que exige um relacionamento com a comunidade. “O policial não espera o cidadão procurá-lo, mas vai até ele para que exista maior interação, para que possa conhecer os anseios do público a que serve”, explica.

A primeira fase da capacitação dos policiais, mais prática, termina em novembro. Em seguida, atenderão cursos ministrados por professores da USP e colegas da corporação sobre a natureza e as particularidades do âmbito universitário. Em dezembro, os cerca de 40 policiais que trabalham diariamente no campus farão visitas às Unidades para se apresentarem.

As falhas estruturais do campus, como iluminação deficiente e mato crescido, também fazem parte da estratégia da PM, que apontará os pontos fracos para a Reitoria, a quem cabe, além de apoio institucional e informacional, “melhorar as condições de segurança no tocante ao ambiente físico e atuação da Guarda Universitária”.

Em um comentário sobre o clima atual, Massera, que também é aluno de Ciências Sociais na FFLCH, diz: “As manifestações partem de pequenos grupos que não representam a totalidade da comunidade acadêmica. No geral, não há hostilidade contra os policiais, mas sim apoio e respeito”. E continua: “O campus é público, logo a PM não pode deixar de entrar. Não é uma opção, é uma obrigação. A PM vai continuar cumprindo e fazendo cumprir a lei, bem como garantir os direitos fundamentais e a liberdade de expressão”.

O convênio tem duração prevista de cinco anos, com possibilidade de renovação. De acordo com a cláusula segunda, as medidas de segurança e policiamento do campus devem ser discutidas entre SSP e Reitoria, e podem, conforme o contrato, ser definidas “em tantos termos aditivos quanto forem necessários”.