Poli representa o Brasil em competição de Baja

Depois de vencer a etapa nacional do campeonato, politécnicos disputarão o mundial no mês de junho, em Wisconsin (EUA)

A Equipe Poli de Baja, campeã da XVIII Competi­ção Baja SAE Brasil Pe­trobras, representará o Brasil na etapa mundial da tradicional compe­tição entre escolas de engenharia mecânica. O Baja SAE Wisconsin acontece de 7 a 10 de junho deste ano, nos EUA. Além da Poli, a Universidade Federal de Pernambuco e a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) se­rão as instituições bra­sileiras na competição.

Os carros Baja são protótipos de estrutura tubular em aço para uso off-road (fora-de­-estrada). Todo o siste­ma de suspensão, trans­missão, freios e chassi são desenvolvidos pelas equipes. Além disso, nas competições são pilotados por alunos, que recebem algum trei­namento, mas não são pilotos profissionais.

Carros Baja são protótipos para uso “off-road” feitos em aço. Em competições universitárias, devem ser pilotados por alunos (fotos: Arquivo da Equipe)
Carros Baja são protótipos para uso “off-road” feitos em aço. Em competições universitárias, devem ser pilotados por alunos (fotos: Arquivo da Equipe)

Entre os dias 22 e 25 de março, a cidade de Pi­racicaba recebeu a etapa nacional que contou com a participação de 57 insti­tuições de ensino do Bra­sil. Participam escolas de engenharia do país inteiro e as três melhores partici­pantes ganham vaga para a competição mundial, nos Estados Unidos.

Histórico

A equipe da Esco­la Politécnica, campeã em 2009 e 2012, foi fundada há 10 anos e é uma junção de algu­mas equipes da escola, que desenvolviam seus projetos de forma bem fragmentada. Paulo Hi­deki Yamagata, gerente de marketing da equi­pe, conta que em 2001, houve uma união entre todas para formar uma da Escola Politécnica: “A partir daí começa­mos a ter uma equipe mais séria, com uma es­trutura organizacional e isso foi responsável pela evolução que tivemos”.

O estudante diz que, apesar do título desse ano, a equipe da Poli não é das mais tradi­cionais: “a competição existe há 18 anos, nossa equipe tem 10. As equi­pes mais tradicionais são as da FEI, que estão sempre entre os primei­ros, da USP São Carlos e uma que vem crescendo bastante é a Federal de Pernambuco”.

Yamagata conta que a escola tem ajudado bas­tante a equipe, muito em virtude da evolução e resultado que obtive­ram nas últimas edições do nacional, mas ele ressalta que não é pos­sível desenvolver todo o projeto com a verba dis­ponibilizada pela facul­dade. “Não é suficiente para o projeto inteiro, temos sempre que cor­rer atrás de patrocínios. Esse ano, a Poli ajudou bastante, custeando o envio do carro, o que é uma ajuda bem gran­de”, diz o estudante. A maioria dos patrocínios é conseguida através de conversas com em­presas em convenções, feiras e congressos que sejam voltados para en­genharia e projetos es­tudantis.

“Nosso ciclo dura um ano. A cada ano a gente tem um projeto novo, então construímos um carro novo”, diz Yama­gata. O ano da equipe começa em meados do mês de maio com todo o planejamento do pro­jeto, fase que segue até o fim de setembro. De outubro até janeiro, inicia-se o período de fabricação, em que os próprios alunos fabri­cam peças e estruturas que serão usados. Al­gumas poucas de maior complexidade são com­pradas fora. A partir daí, o carro é montado.

Entre janeiro e feverei­ro, com o tudo pronto, Yamagata conta que são realizados todos os testes no carro: “Precisamos testá-lo bastante para ver se ele está confiável, se está seguro e condizente com o projeto. Caso seja necessário projetar algu­ma adaptação, a gente tem tempo de fazer antes da competição nacional, que normalmente é rea­lizada em março”.

Diferencial

“Somos uma equipe que tem uma preocupa­ção em passar o conhe­cimento para a próxima geração, então, antes de sair, a pessoa tem certeza que passou todo o co­nhecimento para quem vai ocupar o cargo dela” diz o estudante. Para ele, esse é um dos grandes motivos para que a Equi­pe Poli de Baja alcance bons resultados e evo­lução nas competições recentes.

Qualquer estudante da Poli interessado pode participar da equipe. Não há nenhum tipo de processo seletivo e, atualmente, são 15 membros ativos. “De­pende muito da vontade da pessoa, mas esta­mos sempre aceitando novos membros. Em determinadas épocas, fazemos alguns eventos para chamar novos par­ticipantes, mas a qual­quer período do ano nós aceitamos”, finaliza.