XI de Agosto tenta reverter restrição do bandejão na SF

No começo do mês de abril, o Restauran­te Universitário da Fa­culdade de Direito (FD) deu início a uma medida restritiva instaurada pela Superintendência de As­sistência Social (SAS, anti­ga Coseas), que impediria o uso do restaurante por não-alunos da unidade. Todos que não fossem do corpo discente das Arca­das, incluindo alunos USP de outras unidades, não teriam mais acesso. Se­gundo a própria SAS, “em 2012, a demanda cresceu progressivamente (16%), gerando dificuldade para atendimento, uma vez que as refeições são produzidas e transportadas do Restau­rante da SAS na Escola de Enfermagem da USP”.

Segundo o órgão, a res­trição não é pensamento recente, mas só foi colo­cada em prática em abril devido à alta demanda, provocada pela procura de usuários sem vínculo direto com a FD. O aumen­to de usuários do bandejão também foi a justificati­va usada pela Reitoria para restringir o acesso de fun­cionários aos Restaurantes Universitários na Cidade Universitária, como mostra a edição 392 do JC.

Consultado a respeito, o Centro Acadêmico XI de Agosto se disse contrário à decisão. Alexandre Ferrei­ra, Diretor Geral do XI, diz que a restrição vai contra a política de Permanência Estudantil da Universida­de. “Além disso, a medida diminui as oportunidades de que alunos de outras unidades cursem maté­rias na FD, indo contra o próprio conceito de Uni­versidade, que pressupõe pluralidade de disciplinas e contato com inúmeras áreas de conhecimento”, conclui.

André (nome fictício), aluno de licenciatura em História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciên­cias Humanas (FFLCH), cursa disciplinas na FD e almoça no bandejão. No final de abril, a funcionária responsável pela entrada pediu sua carteirinha: “Ela me informou que por eu ser de outra faculdade, no caso, da FFLCH, eu não poderia mais utilizar o res­taurante. Outros alunos também foram barrados enquanto estive na fila”. “A questão principal para mim, além de nenhum ou­tro restaurante cobrar 1,90 pela refeição, é a diferen­ciação infundada entre os alunos da Universidade”, diz André.

Para a SAS, o que regula­menta o uso dos restauran­tes não é regi­mento inter­no, mas “uma Ordem de Serviço e Por­tarias Internas de cunho téc­nico da SAS, que orientam a utilização dos Restaurantes das vá­rias unidades da USP”. Basicamente, as normas são definidas pela SAS em comum acordo com as unidades em que os Res­taurantes estão sediados.

Solução adotada

A SAS afirma que, em res­taurantes como o da FD, algumas restrições são necessárias, pois a capa­cidade operacional não teria como aumentar: “As refeições são trans­portadas no elevador do prédio anexo da FD, com capacidade reduzida e compartilhado com ou­tros serviços da própria Unidade”. Questiona­da sobre contratação de pessoal, a SAS acredita que “do ponto de vista técnico, as contratações de pessoal não são as únicas providências para resolução das questões organizacionais”. Sem alternativa de solução encontrada até o mo­mento, a Superintênden­cia não pretende reverter a situação.

O C.A. XI de Agosto, porém, promoveu um abaixo-assinado contra a restrição para que fosse recuperado o livre aces­so da comunidade USP ao restaurante. “Após negociação com a SAS, já conseguimos rever­ter parcialmente esse quadro. Para ter acesso ao bandejão da Sanfran basta enviar email para dvalim@usp.br e motivar o pedido com algum tipo de vínculo com a FD, seja matéria, orientação, grupo de estudo, pesqui­sa, extensão, etc”, conta Alexandre.

Com essa medida, alu­nos de outras unidades cursando disciplinas na FD, comprovado pelos Sistemas Proteos/Júpiter, podem usar o bandejão, após análise da Divisão de Alimentação/Nutri­ção e da SAS. “Mas ainda continuamos em nego­ciação para tentar liberar o acesso ao restaurante”, insiste o diretor do XI.