FEMA fecha fase eliminatória com boa aceitação dos músicos

Banda The Silvas recheou o repertório de Indie Rock (foto: Raphael Martins)
Banda The Silvas recheou o repertório de Indie Rock (foto: Raphael Martins)

“Eu trouxe outra roupa, mas cheguei atrasado. Não dá tempo de trocar”, diz Lucas Tengan, baixista da banda The Silvas e estudante da FD, subindo ao palco em trajes sociais. Nessa mistura de música e fim de expediente, teve início, dia 17 de maio, o Festival de Música das Arcadas (FEMA), tradicional evento da Faculdade de Direito (FD), organizado pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, no Porão da São Francisco.

Dividido em três etapas – eliminatória, classificatória e final – o FEMA reúne bandas de diversos estilos musicais que disputam poucas vagas para a segunda fase. “A eliminatória dura cerca de três semanas, entre maio e junho. Podem participar até 40 bandas e, dentre elas, 12 se classificam”, explica Ana Carolina Capozzi, coordenadora de cultura do XI.

Em sua 19ª edição, o nome do festival vem se consolidando no meio artístico universitário. “A possibilidade de produção artística no ambiente de estudo é a maior qualidade do festival. É um espaço e uma oportunidade para as bandas mostrarem suas composições e o que têm feito no campo musical”, conta Ana Carolina.

Gustavo Angimahtz, jornalista, violonista, produtor e um dos jurados do FEMA deste ano, ressalta sua importância, mas faz uma dura crítica: “Realmente, o festival dá a possibilidade para que os estudantes tenham interação artística na Faculdade de Direito, o que é muito raro de achar em qualquer outra instituição de ensino superior no país. Mas espero sinceramente que o FEMA se leve mais a sério e possa, em um futuro próximo, ser reconhecido como um festival universitário de música que revela artistas, não advogados”.

Em sua 19ª edição, line-up do festival é marcado pela diversidade, da MPB ao Classic Rock (fotos: Raphael Martins)
Em sua 19ª edição, line-up do festival é marcado pela diversidade, da MPB ao Classic Rock (fotos: Raphael Martins)

Angimahtz diz que quando foi chamado para integrar o corpo de jurados – que conta também com o jornalista Lucas Nobile – esperava que o nível técnico das bandas fosse um pouco melhor do que tem avaliado: “Até agora, assisti a cerca de 15 shows, dos quais me lembro de ter gostado de 3ou 4. Mesmo sendo um festival universitário, acredito que são nestas oportunidades que novas vitrines para a música brasileira são abertas. Como a maioria, esta também está precisando de mais nível. Acredito que o FEMA seja uma excelente oportunidade para divulgar a produção independente paulistana, mas infelizmente não tenho visto muito em termos de produção, mas sim um monte de estudantes que estão se divertindo. É uma pena”.

Um dos pontos que pode ter motivado a crítica do jurado é apontado por Lucas Tengan: “Acho que poderiam divulgar o festival um pouco antes e dar mais tempo para as bandas se prepararem, mas fizemos reuniões para discutir estes problemas e nossas opiniões foram ouvidas. A organização do festival, em geral, foi muito boa”.

Com essas pequenas ressalvas, a aceitação do festival entre as bandas parece grande. “Gostamos muito de tocar no FEMA. Reunir a banda toda é algo muito bom. É ótimo conseguir divulgar sua música para seus amigos e para um público novo, que frequenta o Porão. Nós sempre tivemos vontade de formar uma banda para participar de festivais e tocar em eventos. Quando vimos a programação do FEMA, percebemos a oportunidade de divulgar a banda e resolvemos nos inscrever”, conta Felipe Menezes, guitarrista da Inimigos da OAB e também aluno da FD. “Independente da aprovação para a próxima fase, tocar sempre é muito bom e supera qualquer resultado, mas estamos ansiosos para participar das próximas fases”, conta Tengan, da The Silvas.

Nesta terça-feira ( 5 ) terminou a primeira fase do festival. A fase classificatória será no mês de agosto e dura cerca de uma semana. Serão selecionadas seis bandas que disputam a final em uma única noite. Na festa de encerramento, as vencedoras recebem uma premiação que ainda será definida. O FEMA é dividido em dois critérios: melhor banda (interpretação, entrosamento e performance) e melhor composição (letra, harmonia/melodia e criatividade).