Equipe usa a pista de atletismo, recentemente reformada, com o intuito de se acostumar com a temperatura do país, visando aos Jogos Olímpicos
Uma equipe italiana de atletismo chegou ao Brasil com o objetivo de utilizar a estrutura do CEPE para fazer treinamentos entre os dias 5 e 11 de agosto. A delegação de jovens atletas, que chegou ao Brasil no primeiro domingo de agosto, é comandada pelo treinador Stefano Baldini, medalha de ouro na maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. A vinda dessa equipe ratifica o interesse do Comitê Olímpico Italiano em utilizar o centro de treinamento da universidade no período pré-jogos, o que foi manifestado em sua primeira visita em meados de abril.
O CEPEUSP se cadastrou como um dos locais que poderiam receber equipes nacionais e estrangeiras para o período de treinamentos pré-jogos junto ao Rio 2016, órgão paralelo ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e organizador desse cadastramento. Carlos Bezerra de Albuquerque, diretor do CEPE e um dos coordenadores do projeto olímpico na USP, disse que “esse cadastramento, por sua vez, faz parte do programa ‘A USP nos Jogos Olímpicos e Jogos Paraolímpicos 2016 – Programa de Incentivo e Suporte Técnico-Esportivo’, que tem por objetivo incentivar a participação da universidade nas Olimpíadas do Rio de forma científica, técnica e pedagógica”.
“Desde então, o centro de treinamento da USP recebeu o interesse de vários países, com destaque para Suíça, que manifestou interesse primeiro, em março; China e Itália, que mostrou maior interesse na visita que o Comitê Olímpico Italiano fez em abril”, afirmou o diretor do CEPE. “Optamos pela Itália devido aos laços culturais e esportivos que aproximam os dois países”, completou.
“O objetivo desse tipo de visita ao CEPE, da perspectiva da universidade, é permitir a interação entre esses atletas de alto nível com a comunidade USP, de modo a incentivar pesquisas acadêmicas e a prática do esporte na universidade”, afirmou. Contudo, nessa primeira visita, essa interação pouco ocorreu. “Recebemos o pedido de estadia dos atletas italianos muito em cima da hora, não deu tempo para nos organizarmos para abrir esse espaço junto às atléticas, embora alguns professores da EEFE vieram ver os treinamentos deles, o que pode nos dar muitas possibilidades de pesquisa”, disse Bezerra.
Como essa visita foi feita em período letivo sem um aviso prévio aos estudantes, havia a possibilidade disto atrapalhar o convívio entre os atletas e as atividades das atléticas. Contudo, Bezerra afirma que “Não houve impacto negativo, pois os italianos treinam apenas um período aqui, geralmente pela manhã, horário em que a maioria dos estudantes está em aula, e depois vão para o Clube Pinheiros”. “Essa foi mais uma primeira experiência, um protótipo, e com a possibilidade de não só essa, mas outras equipes italianas voltarem ao CEPE até 2016, poderemos nos planejar melhor”.
O lado italiano
“Tivemos muita dificuldade com a viagem para o Brasil, que foi muito longa e cansativa, e foi difícil se adaptar a um fuso horário de 5 horas de diferença para o horário italiano”, disse Baldini. Ele é técnico de uma jovem geração italiana de atletas fundistas, capitaneada por Francesco Fortunato e Federica Del Buono, que já conquistaram marcas históricas (respectivamente, quinto e oitavo lugares) em competições internacionais para suas respectivas faixas etárias (menos de 20 anos).
“Em compensação, o clima desta época do ano aqui no Brasil foi muito bom pra gente, melhor que o clima italiano, muito quente nessa época, e isso sem falar que atletas jovens como estes que estão aqui se adaptam mais rapidamente a diferentes lugares”, completou Baldini. Christian Zovico, membro da Federação Italiana de atletismo e responsável pela visita, disse que esse é um dos fatores que motiva os italianos a voltarem em 2014, 2015 e 2016, além da aproximação cultural e esportiva entre os dois países. “Está se trabalhando também no projeto de intercambio entre as duas confederações de atletismo, a italiana e a brasileira, mas será um projeto de ligação cultural entre os atletas italianos e pessoas brasileiras descendentes de italianos”, concluiu.