Inexistência de diálogo motiva trancaço

Estudantes trancaram portões da Cidade Universitária para pressionar pela abertura de negociação por parte da reitoria da USP e o religamento da água e eletricidade da ocupação do prédio da reitoria. Realizada no dia 18 de outubro, a manifestação iniciou por volta das 6h50 e reuniu grupos de alunos com faixas e baterias. O trancaço foi planejado e aprovado na Assembleia Geral dos estudantes da quarta-feira (16). Organizado inicialmente para fechar os três portões da Universidade, o ato se concentrou apenas nos portões 1 e 3 para resguardar uma quantidade mínima de manifestantes em cada ponto.

A abertura de negociação com a reitoria foi comemorada pelo DCE como resultado da pressão do trancaço

Aproximadamente às 10h, um carro tentou furar o bloqueio e avançou em direção aos manifestantes. Juliana Prado, aluna de artes cênicas, foi arrastada no capô do veículo, mas declara não ter se ferido. Apesar do acontecimento, a manifestação correu de forma tranquila. Mesmo com o ocorrido, declara: “Ainda acredito que o trancaço seja um forma eficiente de pressão”. Ainda que uma reunião para negociação estivesse marcada para o dia 25, o DCE afirma que a distância temporal de duas semanas é “uma tentativa de desmobilizar o movimento”.

Questionada sobre a retomada da água e luz da ocupação, ocorrida durante a greve de 2011 a partir de um recurso do DCE, Arielli Tavares, uma das diretoras, justifica que tal ação só ocorreu após a abertura de negociação com a reitoria. “As decisões da Justiça apontam que a questão deve ser resolvida pela via administrativa e não pela via judicial”, defende.

A administração da USP não se manifestou até o fim do ato, às 11h. Na noite do dia 18, a chefia de gabinete do reitor entrou em contato com o DCE e agendou uma reunião de negociação para o dia 21. Nela, estiveram presentes representantes do movimento estudantil e uma comissão designada pela reitoria, com o chefe de gabinete do reitor, Alberto Carlos Amadio, e docentes de institutos da USP. As propostas para religamento da água e luz, estatuinte e novos modelos para eleição de reitores foram então encaminhadas nessa reunião e a comissão trará as respostas em uma nova reunião agendada para o dia 23.