Reposição de aulas é pauta dos estudantes

Enquanto algumas turmas já têm calendário até o fim do ano, situação de outros cursos ainda permanece indefinida

A assembleia geral da universidade decretou greve geral dos estudantes no começo de outubro. Desde então, mais de 30 cursos paralisaram suas atividades. Mesmo fazendo parte do movimento, estudantes das diferentes unidades que aderiram à greve preocuparam-se em estabelecer com os professores acordos para repor as aulas e as datas de avaliações perdidas nesse período. Ainda assim, nem todos os cursos tem soluções definidas.
Na EEFE, segundo a estudante Tatiana Bahov, “ambos os três cursos da unidade aderiram à greve”. Sobre a reposição de aulas, ela diz que “infelizmente, não conseguimos um acordo garantindo a questão de falta ou de nota, isso cada turma vai ter que conversar com cada professor”. “Muitos professores se colocaram muito abertos para conversar sobre o assunto, de modo a tentar resolver o problema de tal forma que nenhum dos dois lados, isto é, professor e aluno, sejam prejudicados”, afirmou. Para o chefe da Comissão de Graduação da EEFE, Carlos Ugrinowitsch, “não houve necessidade de reposição de aulas, pois no calendário original recebemos datas a mais de aula do que o necessário”. “Logo, se formos até dia 13 de dezembro, conforme prevê o calendário original, não haverá necessidade de repor as aulas perdidas”, completou.
Já na Faculdade de Ciências Farmacêuticas, segundo a estudante Giuliana Oliveira, a reposição de aulas “não foi difícil”. A faculdade havia saído da greve em 14 de outubro, “poucas aulas foram perdidas e as reposições foram negociadas”. “Isso foi feito, principalmente, atrasando uma aula no cronograma ou repondo durante a Semana Farmacêutica de Ciência e Tecnologia, na qual os alunos não tem aula para se dedicarem a semana”, completou.
Na FFLCH, no último dia 11, uma Congregação extraordinária foi convocada para discutir o assunto. Com as decisões estabelecidas caso a greve se encerrasse, dois cursos enfrentam situações distintas com relação à reposição das aulas. O de Ciências Sociais, que decretou saída da greve no mesmo dia, de acordo com o estudante do curso, Ricardo Palacios, “terá condições de repor quase todas as aulas do período da greve, no qual foram perdidas muitas datas de avaliações e entrega de trabalhos”. Palacios cita como exemplo a disciplina Sociologia II, na qual a perda total foi de apenas uma aula, contando o semestre até 21 de dezembro e incluindo dois sábados. Para o chefe de departamento de Sociologia, o professor Brasílio Sallum Jr., “as medidas da Congregação foram tomadas de modo a que nenhum curso perdesse o semestre”. “Àqueles que foram estendidos para o fim de dezembro, a data de entrega de notas foi redefinida para o começo de janeiro e as recuperações, para o começo de fevereiro, de modo que o próximo semestre inicie-se na data já estabelecida”, concluiu.
Porém, a situação no curso de História, que confirmou sua saída da greve apenas uma semana depois, é mais complicada. De acordo com o estudante Rodrigo Galvão, “conversamos com os professores e a postura deles e dos alunos foi de tentar repor as aulas que foram perdidas”.
José Antônio Vasconcelos, chefe de departamento do curso de História, disse que “com a manutenção da greve, para o momento, temos duas soluções: cancelar o semestre ou invadir janeiro com as reposições. Nenhuma das duas está perto de ser ideal, pois cancelar o semestre prejudicará a todos e não teremos tempo hábil de repor as aulas, mesmo em janeiro, devido ao calendário da Copa do Mundo”, concluiu.