Caneta inteligente reduz caso de fraudes em assinaturas

Com uso de Inteligência Artificial, ruídos são chave para comparação entre assinaturas

Para reduzir o número de fraudes em assinatura, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP desenvolveu uma caneta capaz de descobrir uma falsificação a partir dos ruídos emitidos pelo contato com o papel.

Com o auxílio de tecnologias referentes à Inteligência Artificial, o João Paulo Lemos Escola pôde desenvolver seu protótipo a partir de poucos materiais – somente uma caneta, um microfone e um computador. Desde o início do seu mestrado, João Paulo trabalha com processamento digital de sinais de áudio – a tradução e arquivamento dos sons em uma plataforma digital. “A ideia da caneta surgiu em uma pesquisa de métodos de biometria”, conta o pesquisador.

Informação valiosa, conta João Paulo, os ruídos podem ser utilizados para diferenciar uma pessoa de outra, e pode inclusive substituir os métodos atuais de biometria – leitura de características físicas do cliente. A técnica, como apresenta, seria uma solução menos invasiva para a certificação de que quem assina o documento é realmente a pessoa interessada e que não se trata de uma tentativa de fraude. Os dados recolhidos dos usuários – ou os ruídos – são traduzidos e guardados em um computador que é o responsável por verificar a validade das assinaturas a partir da comparação entre dados.

A eficácia da caneta é alta, segundo resultados de experimentos, seu aproveitamento é de 90%. Entretanto, o pesquisador reconhece que – apesar do alto índice de acerto – ainda não é possível se apoiar somente na caneta em processos de validação de assinaturas de um número grande de pessoas, como em um cartório por exemplo. Mas ela pode, garante, ser utilizada para auxiliar o processo atual, que depende apenas do olhar humano, como conta o pesquisador.