Poli Recicla, IQ e Cedir se destacam em manejo de resíduos

Frente à produção diária de resíduos comuns, químicos e eletrônicos dos institutos, faculdades e órgãos da USP, a Universidade ainda não possui um órgão centralizado que seja responsável por todo o lixo gerado nos campi.

Cada unidade da USP gerencia o lixo produzido de forma independente, e não há dados que indiquem que elas façam o descarte de maneira adequada. No entanto, alguns institutos e órgãos saem na frente quando o assunto é gerenciamento de resíduos. É o caso do Poli Recicla, do Instituto de Química (IQ) e do Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (Cedir) .

O Instituto de Química da USP, que ocupa uma posição de destaque na área de tratamento de resíduos químicos, atende não apenas a uma demanda interna, mas dá suporte a outras unidades e instâncias da USP e também a outras universidades. “Esta posição foi alcançada em função de estarmos realizando a destinação correta de resíduos químicos em consonância com a legislação ambiental, priorizando também a minimização e o reaproveitamento de resíduos”, aponta a chefe do Serviço de Gestão Ambiental e Resíduos do IQ, Doutora Patricia Di Vitta.

Todos os resíduos químicos produzidos no IQ são tratados nos próprios laboratórios geradores, no Laboratório de Tratamento de Resíduos, ou ainda, caso seja necessário, podem ser enviados para incineração. Como explica Patricia, “o IQ recupera entre três e cinco toneladas por ano de resíduos de solventes orgânicos advindos de nossos laboratórios didáticos e de pesquisa, além de tratar cerca de uma tonelada de resíduos que contêm metais pesados”.

O programa Poli Recicla, que atua desde 2006, gerencia os resíduos comuns e “perigosos”, como lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias, além de toners de impressão e resíduos de construção civil, produzidos na Escola Politécnica (Poli). “Realizamos treinamentos com funcionários da limpeza (cerca de 130 pessoas) e treinamentos pontuais com eletricistas, zeladores e administradores de prédios, por exemplo”, explica Welson Barbosa, Gestor de Resíduos do Poli Recicla.

O Cedir, órgão instituído em dezembro de 2009, além de receber das unidades da USP aparelhos de informática, telefonia, pilhas, baterias, cartuchos e resíduos eletrônicos, também é aberto a pessoas não ligadas à Universidade.

“O foco no Cedir é mais o reuso do que a reciclagem”, diz Neuci. (Foto: Gregório Nakamotome)
“O foco no Cedir é mais o reuso do que a reciclagem”, diz Neuci. (Foto: Gregório Nakamotome)

Os resíduos têm diversos destinos: parte deles é vendido para as empresas fabricantes, parte reaproveitada na própria Universidade.

Há, ainda, projetos que transformam as peças em obra de arte e distribuem os computadores reparados em escolas públicas e em comunidades indígenas. “É importante que as pessoas entendam os riscos de se despejar inadequadamente o lixo eletrônico e como esses resíduos podem ser utilizados para muitas coisas”. afirma Neuci Bicov, responsável técnica do Cedir.