Campus tem o primeiro grupo de Cheerleaders

Atletas de toda a Universidade se reúnem para a prática da atividade pela primeira vez
Atletas homens e mulheres demostram suas habilidades na execução da pirâmide do Cheerleading. Foto: Carla Monteiro.
Atletas homens e mulheres demostram suas habilidades na execução da pirâmide do Cheerleading. Foto: Carla Monteiro.

Quem vai ao  Cepeusp aos sábados pelas manhãs encontra uma movimentação diferente de um esporte que não é tão comum aqui no Brasil. Isso porque um grupo de estudantes da Poli decidiu criar, este ano, uma equipe de Cheerleading na USP.

Embora associado à ideia de equipes de torcidas organizadas e animação do público espectador de jogos e eventos esportivos, o Cheerleading é um esporte completo, o qual exige flexibilidade, força, companheirismo e sintonia entre os praticantes, e que requer concentração e dedicação dos atletas.

Na USP, a equipe Olympus – Cheearleading foi criada em março deste ano por alunas da Escola Politécnica. Idealizadora do projeto e atual diretora de modalidade da equipe, a estudante de Engenharia Elétrica, Michelle Tanaka, contou ao Jornal do Campus que sempre admirou o esporte Cheerleading, mas ficou surpresa em não encontrar na USP uma equipe de Cheers. Em março deste ano, Michelle decidiu checar com os colegas da faculdade se mais alguém se interessava pelo esporte. No início, a procura foi pouca e as reações foram tímidas, mas depois várias pessoas se interessaram por praticar a modalidade esportiva. “Começamos com um grupo de quatro pessoas no WhatsApp, hoje já temos uma equipe de treino com 27 integrantes fixos de diversos institutos”, detalha.

Como no Campus não havia ninguém que praticasse o esporte, a diretora de modalidade decidiu buscar ajuda em um grupo de Cheers da Universidade Federal do ABC. Patrícia Saccilotto, aluna de Neurociências da UFABC, aceitou o convite para dar inícios aos trabalhos de treinamento da equipe Olympus – Cheearleading USP. A treinadora trouxe para o Campus as experiências de quatro anos de prática do esporte, além da bagagem de ter passado uma temporada nos Estados Unidos em 2014. Essa viagem, realizada através do programa Ciência sem Fronteiras, proporcionou não apenas o intercâmbio cultural e científico, mas também esportivo, já que Patrícia pôde acompanhar de perto as rotinas de treino e apresentação de grupos de Cheerleading americanos. “Enquanto eu estive nos Estados Unidos, acompanhei alguns treinos e apresentações. E também treinei e participei de alguns treinamentos”, conta.

Toda bagagem e experiência, Patrícia Saccilotto aplica em seus treinos no Cepeusp. No último sábado, dia 13, a Olympus – Cheerleading USP realizou um Try Out com o objetivo de formar um grupo com cerca de 40 pessoas. Com a consolidação dos treinamentos, as cheers desejam formar uma equipe que visa preparação para competições já no próximo ano. Para isso, é preciso um coletivo forte que aguenta os movimentos intensivos da modalidade.

Além do pom-pom

O esporte Cheerleading não é muito comum no Brasil, tampouco compreendido por quem não o conhece. Lutar contra os esteriótipos e preconceitos é um dos principais objetivos da Olympus. A diretora de modalidade, Michelle Tanaka, ressaltou a importância de ter uma equipe da modalidade dentro da USP para poder mostrar para as pessoas que os cheers não são meramente ilustrativos ou objetos de entretenimento. “Ser cheerleader é muito mais que usar roupa curta e chacoalhar pom pom, muito pelo contrário, nós temos uma rotina intensa de treino e nem usamos pom pom”, enfatiza.

O grupo procura combater os esteriótipos e a objetificação da mulher, mostrando que o Cheerleading é um esporte como qualquer outro. “Nós tentamos mostrar que o Cheer não é só usar roupa curta e rebolar o bum-bum. Nada disso. Queremos ser reconhecidas pelo nosso trabalho de treino, nosso espírito coletivo enquanto equipe e pela dedicação a esse esporte que é considerado um dos mais perigosos do mundo”, comenta a treinadora Patrícia.