Patrocínios possibilitam melhorias no Cepe

Iniciativas privadas, com a ajuda de lei federal, efetivam projetos esportivos no campus

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Novos equipamentos do CEPE / Foto: Regina Santana (Nina)

Com todos os problemas financeiros e estruturais ainda não resolvidos, o Cepeusp encontra dificuldades para investir em novos projetos esportivos dentro de sua área. Uma das alternativas encontradas pela administração do Centro é recorrer a patrocínios e apoios de empresas externas para melhorar sua infraestrutura. Muitos deles são incentivados pela Lei Federal de Incentivo ao Esporte (LIE) que, desde dezembro de 2006, busca desenvolver o esporte brasileiro nos níveis de lazer, educação e alto rendimento.

Através dela, o Banco Itaú, a empresa Comércio de Componentes Eletrônicos (CCE) e o Cepe inauguraram, em maio de 2013, a pista reformada de atletismo em torno do campo de futebol. Foi a primeira parceria do tipo que a USP teve. Graças também à lei, o Banco Santander, em parceria com a MUDE (Mobiliário Urbano Desportivo), abriu uma nova academia em agosto do ano passado. O espaço acumula cada vez mais inscritos e tem chamado a atenção dos ingressantes de 2017.

Segundo o Portal Brasil 2016, do Governo Federal, a LIE permite que pessoas físicas ou jurídicas incentivem, por meio de doações ou patrocínios, projetos esportivos previamente aprovados pelo Ministério dos Esportes, tendo como vantagem o desconto de um percentual variável de acordo com o investimento no Imposto de Renda devido. No caso de empresas, como o Santander, esse valor pode chegar a até 1% desse imposto. A lei não aceita casos em que o esporte é praticado de modo profissional ou em que o projeto, em circuito privado, tenha capacidade de atrair investimentos.

Apesar da importância nas obras da pista e na academia, a LIE funcionou de modo diferente para cada um deles. Carlos Bezerra, diretor do Cepeusp entre 2006 e 2013, explica que “[No caso da pista] iniciou-se a busca por investidores em 2007. O Itaú e a CCE apoiaram o projeto (…) [no caso da academia] não foi o Cepe que fez o projeto. A MUDE chegou com o planejamento, com o Santander apoiando; a proposta foi julgada como algo vantajoso para a comunidade.”

“A LIE, no que se refere à academia, é entre MUDE e Santander. As empresas trazem o equipamento e se instalam com os profissionais. O que nós fazemos é a supervisão”, completa José Carlos Simon Farah, diretor técnico do Cepeusp. “A ideia da parceria é que a demanda da universidade, entre alunos, professores e funcionários, seja atendida.” Professor da academia desde a inauguração, Anderson Moreira, revela estar satisfeito com o projeto: “É uma ideia excelente, o fato de ser ao ar livre motiva mais ainda as pessoas”. Com mais de 3 mil inscritos, o número de cadastros vêm aumentando com bastante velocidade: “É possível comportar esse número elevado, porque o horário de funcionamento é bem extenso, o que permite um constante revezamento dos praticantes”.

Para o estudante Henrique Pretel, ingressante de 2017 da POLI, o programa está correspondendo às expectativas. “Os equipamentos parecem bons e os professores ficam do lado nos acompanhando.” Já cadastrado na academia, Henrique pensa em trocar sua rotina de treinos em um lugar pago pelo espaço no Cepe. “Com esse cadastro fácil e a praticidade que ela me fornece, eu pretendo trocar assim que minha mensalidade na outra academia acabar.” Guiomar Soares, gerente da lanchonete do Cepe, também aprova a nova academia: “Muito legal o espaço. A própria dona da nossa lanchonete passou a frequentar”.

Apesar da novidade, o Centro já contava com uma academia em sua área. Localizada debaixo da arquibancada do campo de futebol, o lugar é pouco visível, além de contar com uma dinâmica diferente, na qual o aluno precisa se inscrever em horários específicos e pré-determinados.

Mesmo com o sucesso da nova academia, firmar parcerias dessa amplitude é algo desafiador. “Vai ser difícil, no futuro, conseguir firmar parcerias através da Lei do Incentivo”, afirma Bezerra. “Existe, no entanto, outra forma de apoio: o patrocínio direto, onde se presta contas apenas ao patrocinador.” A promessa da diretoria é formatar um projeto de comunicação para ir em busca deste patrocínio.