Manifesto político é lançado na San Fran

 

(Foto: Guilherme Weffort)

A Faculdade de Direito (FD) da USP recebeu, em 26 de abril, o lançamento do manifesto “Projeto Brasil Nação”. Organizado e subscrito por artistas, juristas, intelectuais, políticos e membros de movimentos sociais, além de ser liderado pelo ex-ministro da Fazenda, Ciência e Tecnologia e professor livre docente da USP Luiz Carlos Bresser-Pereira, o documento defende a elaboração de um novo projeto político e econômico de nação. “A missão do Projeto Brasil Nação é pensar o Brasil, é ajudar a refundar a nação brasileira, é unir os brasileiros em torno das ideias de nação e desenvolvimento”, diz o manifesto, lido por um grupo de atores após uma interpretação do Hino Nacional, por Lucila Tragtenberg.

O evento contou com a presença de integrantes dos principais partidos “progressistas” do Brasil (PT, PDT, PSOL e PCdoB) ainda que o manifesto não seja vinculado a nenhum deles e foi marcado pela defesa da Greve Geral de 28 de abril e da maior participação do povo brasileiro na condução do país. “Não somos nós que vamos reconstruir esse país, deve ser o povo brasileiro”, disse o professor da FD Fábio Konder Comparato, um dos principais articuladores do grupo. “Mas, para isso, ele precisa ser organizado, e essa é a missão deste grupo. Nós temos que pôr o povo brasileiro como povo soberano”.

Estavam presentes o ex-chanceler Celso Amorim, o escritor Raduan Nassar, os professores Luiz Gonzaga Beluzzo (Unicamp), Gilberto Maringoni (Universidade Federal do ABC), Fernando Haddad (USP e Insper) e a professora Leda Paulani (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP), além dos jornalistas Paulo Henrique Amorim, Luiz Nassif e Eleonora de Lucena, mediadora do evento. Dentre os políticos que participaram do encontro estão o vereador Eduardo Suplicy, deputados federais e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que defendeu a realização urgente de eleições diretas como primeiro passo para um novo projeto de país.

Nacionalismo em pauta

A valorização dos símbolos nacionais chamou atenção no ato. A bandeira do Brasil estava à mostra, e o hino nacional iniciou e finalizou o evento, cantado a plenos pulmões pelos espectadores. Nos últimos anos, as cores da bandeira e o hino estiveram intimamente ligados a grupos que se opõem politicamente aos protagonistas do “Projeto Brasil Nação”. Para Paulo Teixeira, formado na São Francisco e deputado federal, não há nada de excepcional: “O hino e a bandeira pertencem a todos os brasileiros”, afirmou.

Universidade como protagonista

A presidenta da União Nacional dos Estudantes, Carina Vitral, defendeu a importância da Universidade na formulação dos projetos de país, e a necessidade de defender o caráter público do ensino superior no Brasil. “Unamos nossas comunidades universitárias. Nos unamos para defender, em especial, a universidade pública”, propôs. Fez ainda uma dura crítica à gestão da USP: “Tentam colocar a Universidade de São Paulo em crise profunda e colocam a cobrança de mensalidade como saída para isso”. Até o fechamento desta edição, a reitoria não respondeu a essa declaração.

O palco da história

Eleonora de Lucena fez questão de ressaltar o fato da Faculdade de Direito sediar o lançamento do manifesto. Ela lembrou que a unidade foi palco de movimentos pela abolição da escravidão, pela campanha “O petróleo é nosso” e das mobilizações pelo fim da ditadura militar. “Uma honra ter nomes como os que tivemos na mesa. A Faculdade de Direito tem uma história de lutas, e é muito simbólico ter um evento como esse aqui”, disse João Ricardo Oliveira, tesoureiro do Centro Acadêmico XI de Agosto.

O Futuro

Não há confirmação dos próximos passos a serem dados pelos autores do manifesto. Mas eles existem, e devem ser divulgados em breve