Um lugar para chamar de meu

Times universitários relatam dificuldade em encontrar espaços específicos para treinos

Foto: Bruna Diseró

Por Bruna Diseró

Desde os anos 70, o Centro de Práticas Esportivas da USP (CEPEUSP) oferece, no campus Butantã, um dos ambientes ideais para que as comunidades interna e externa possam realizar atividades físicas e treinamentos. Contudo, problemas com seu horário de funcionamento e com a falta de equipamentos e ambientes específicos para determinados esportes pesa na escolha dos times de usar o local.

Esse é o caso do time de Beisebol e Softbol da FEA. Há seis anos, ele aluga o Clube Cooper, localizado em Cotia (SP), para a realização dos treinos semanais que ocorrem às terças e quintas-feiras.

O dinheiro para a locação vem de duas fontes: uma parte sai do fundo da Atlética da faculdade e a outra é conseguida pela contribuição dos próprios atletas e pela realização de rifas e bolões. O CEPE seria apenas um lugar para treinos pontuais.

“Claro que, por ter muitos espaços livres, o CEPE consegue receber treinos mais leves, como os treinos para o Bichusp, que realizamos no Velódromo. Porém, não tem estrutura para receber os treinos semanais”, afirma representante do time.

Outra modalidade prejudicada pela falta de equipamentos é a natação. E isso por causa da ausência de sistema de aquecimento nas piscinas, o que impossibilita o treinamento das equipes nos meses de inverno.

Por isso, o grupo Catadão, que reúne diversas unidades de ensino da universidade, teve que alugar a piscina do Sesi Vila Leopoldina. O dinheiro é arrecadado em um evento chamado Meeting Universitário de Piscina, cuja próxima edição será realizada neste mês.

Neste ano, a equipe de natação do IRI entrou em acordo com a EEFE para a utilização do espaço da faculdade para treinos durante o inverno.

Horários complicados

Outro problema relatado pelas atléticas é o horário de fechamento do CEPE. Ele fica aberto das 6h45 até 21h30, o que seria um empecilho para o comparecimento da maioria dos atletas, pois muitos trabalham ou tem aula à noite.

Um dos responsáveis pela Ecatlética, Pedro Smith, relata que o término do “horário estendido”, período em que o CEPE ficava aberto até as 23h, foi uma das razões para que times inteiros procurassem outros lugares, como o time de futsal masculino da ECA.

Eles tiveram que procurar um lugar que ficasse aberto até mais tarde. E conseguiram, gratuitamente, uma quadra perto do bairro Vila Madalena para que treinassem às 22h30, com a presença de todos.

Procurada pelo Jornal do Campus, a diretoria do CEPE informou que o horário não foi mudado. O que aconteceu é que o “horário estendido” foi eliminado por conta de problemas com a legislação trabalhista.

Quando questionada sobre a falta de espaço para a prática regular de algumas modalidade, a diretoria afirmou que os esportes praticados no Centro devem ser condizentes com a especificidade das instalações e não disse se adaptações serão feitas.