Falta serviço noturno de saúde na EACH

Horário de funcionamento de unidade básica da EACH segue padrão das outras unidades USP

Por Crisley Santana e Christian Villaverde

Unidade Básica de Saúde (Ubas) Leste oferece serviços odontológico, psicológico e de enfermagem. Crédito: Christian Villaverde

Na USP, todos os campi possuem alguma área de saúde destinada a atender os estudantes, tanto física quanto mentalmente. Na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), localizada na Zona Leste de São Paulo, não é diferente. A Unidade Básica de Saúde (Ubas) Leste, é o local em que os alunos podem receber tratamento psicológico, odontológico e de enfermagem. Mas há problemas. 

  As Ubas da USP ficam localizadas nos campi do interior. Assim como as outras unidades, a Ubas Leste possui um horário de funcionamento das 8 às 17 horas, o que tem impedido os alunos do período noturno de utilizem os serviços oferecidos. 

É o que nos relata a aluna de Lazer e Turismo, Mila Caliento. Estudante do período noturno, ela nunca conseguiu utilizar os serviços da Ubas. “Não consegui ser vacinada pela campanha de vacinação contra sarampo que teve aqui e nem quando ofereceram contra H1N1, ainda que tenha sido até às 19 horas. Quando cheguei, já estava fechado”.

Renata, chefe de sessão da Ubas Leste, relatou que o período de funcionamento foi maior há alguns anos, mas depois passou a funcionar no horário atual para seguir o padrão das outras unidades. “Dado o caráter ambulatorial e não de emergência, entendemos que não é preciso funcionar no período completo. Se a pessoa quiser uma assistência médica, de fato, precisa recorrer aos bairros próximos”. 

“A diferença é que no campus central, pela urbanização do território, seria mais fácil encontrar serviço de saúde; porque aqui estamos em uma região menos urbanizada. Mas há instituições de saúde que não estão tão distantes assim”, acrescenta Renata. 

Procuramos entender com a Superintendência de Saúde da USP se há alguma possibilidade de ampliação do horário de funcionamento da Unidade de Saúde. “Na época que funcionava até mais tarde, a Ubas não era gerida pela Superintendência e havia um funcionário, técnico de enfermagem, que cuidava da unidade até aquele horário. Ele faleceu e não houve reposição”, conta João José Garcia Filho, Assistente Técnico de Direção do Departamento de Assistência à Saúde. 

“Além disso, como não há médicos na unidade, só o técnico de enfermagem não pode realizar procedimentos, então não há sentido ampliar o horário de funcionamento, também porque todos os serviços são realizados com consultas agendadas. A Ubas é estritamente ambulatorial”, explica João, mencionando também que houve tentativas de contratar médicos. A localização da EACH, teria sido o motivo para os profissionais não aderirem ao edital. 

Ainda que não haja perspectiva de mudança na Ubas Leste, a Superintendência de Saúde relatou estar em processo de negociação com a Prefeitura de São Paulo para a instalação de uma base do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na EACH. Não há data prevista para instalação do serviço.