Mais que informar, pretendemos não desinformar

 

Por Vinicius Garcia Ferreira

Arte: Vinicius Garcia Ferreira

Contra tudo e contra todos, voltamos. O editorial passado girou em torno de como o JC sobrevive, mesmo contra a pandemia e o novo formato digital. Mas, acho importante iniciar certificando que voltamos, melhores do que nunca, porque a pandemia é o lugar em que se morre e se renasce a cada dia, e a sobrevivência de um jornal é algo para ser celebrado a cada edição.

Entretanto, sobreviver na pandemia é depender de muitas coisas. Todos já ouvimos vezes e mais vezes sobre todos os detalhes e regras para uma convivência literalmente saudável nessa pandemia: distanciamento social, máscaras, álcool em gel e um pouco de enlouquecimento ao ficar em casa. Por mais difícil que seja seguir tantas orientações o tempo todo, e perder o convívio estimado de cada dia, essas orientações são importantes.

Num contexto em que essas duras medidas são contestadas todos os dias, em que se desacredita das soluções apresentadas, como as vacinas, enquanto salvadores mágicos e aleatórios são eleitos a cada semana, nossa edição de agora traz um enfoque sobre a discussão do que é a verdade e sobre a divulgação científica, ambos fatos importantes e que têm sofrido ataques nos últimos tempos.

A verdade, durante a pandemia, tem se tornado questão de preferência pessoal, enquanto a divulgação científica, que nem sempre fala o que as pessoas querem ouvir, mas sempre o que se aproxima da verdade, tem sofrido duros ataques de pessoas que preferem acreditar no que lhes convém, que muitas vezes é ilusório para não dizer irreal. Trazendo essas duas pautas, pretendemos ajudar no esclarecimento desse tipo de situação, que muitas vezes nos afastam cada vez mais do final comum que todos almejamos. Mais que informar, pretendemos não desinformar.

E, da mesma forma que o JC sobrevive, quase numa metalinguagem poética, discutimos um pouco da situação das diversas facetas da USP durante a pandemia. Passamos pela suspensão de concursos para professores, além da situação das Empresas Juniores nesta pandemia. Também demos enfoque para os projetos da USP contra o coronavírus liderados por mulheres. 

Se de um lado os concursos para professores têm sido suspensos, também falamos um pouco sobre a importância de processos seletivos inclusivos, algo que tem se tornado mais comum e que se mostra muito pertinente.

Mas, como nos tempos atuais felicidade dura pouco, seguimos com a seção Obituário, lembrando aqueles que nos deixaram em tempos difíceis. Acompanhamos também os protestos contra o sucateamento da Raia Olímpica, impedindo a prática de remo. Assim como a situação caótica no Pantanal não parou, nós também não paramos, e expusemos reflexões interessantíssimas numa crônica sobre a situação do Bioma, além de uma avaliação do ministério do Meio Ambiente no atual governo.

Também discutimos muito sobre a ciência dentro e fora da universidade. Falamos sobre João Steiner, e seu legado, figura importantíssima para a ciência brasileira. Expusemos também um pouco do sequenciamento genético da população brasileira, feita pela USP. Além de tudo, discutimos sobre a Fuvest, que é a porta de entrada de muita gente para se iniciar no mundo das ciências.

Também comentamos mais um pouco sobre as novas facetas geradas pela situação da pandemia. Exploramos um pouco o mundo dos novos e populares cinemas drive-in, além de explorarmos as dificuldades e obstáculos do ensino à distância, do lado material e psicológico. 

Mas como nem só de tristezas se vive a vida, também exploramos aspectos mais leves e positivos da nossa vivência. Saudamos Graciliano Ramos, que faria aniversário no fim desse mês, além de explorarmos um pouco de como as atléticas geram um ambiente positivo de pertencimento dentro da Universidade.

 Ainda contamos com a análise da edição anterior por nosso ilustre ombudsman Rodrigo Ratier. Com isso fechamos mais uma edição do Jornal do Campus que, lutando todos os dias, viveu para ver mais um nascer do sol.