Bife-USP e o impacto circular entre festas universitárias e campeonatos esportivos

Direções de atléticas da USP refletem sobre a 22ª edição do campeonato

por João Francisco Motta

Foto: Reprodução Facebook / AAAFAU

A temporada de eventos esportivos na USP, iniciada pela primeira vez depois de dois anos de isolamento social com o Bichusp em março deste ano, está prestes a alcançar um de seus pontos mais marcantes: o Bife. Criado nos anos 90 pelas 4 atléticas que forma seu nome (Biologia, IME, FAU e ECA), o inter, que são campeonatos universitários que reúnem diversas delegações de uma ou várias faculdades e áreas, irá ocorrer pela primeira vez desde o começo das medidas de segurança da pandemia do coronavírus.

“Não só especificamente por ser o Bife, mas esse ano, por ser pós-pandemia, por todo mundo ter passado dois anos em casa, tá tendo uma adesão muito grande em tudo, tudo cresceu muito de tamanho”, contou Juliana Hirata, presidente da Associação Atlética Acadêmica Gleb Wataghin (AAAGW), que engloba o IF, IAG, IPEN e IEE, e membro da Comissão Organizadora do Bife (CO).

O tempo passado longe das atividades presenciais parece ter sido um motivo maior para aqueles que mais foram prejudicados com o tempo em isolamento. Estudantes veteranos, que passaram por um ou dois anos de aulas e outras atividades acadêmicas no meio digital, parecem estar mais ansiosos com a volta do evento do que aqueles que iniciaram a graduação na USP no ano de retorno. “O primeiro ano ainda não está muito engajado, inclusive no INTERFAU também pouquíssimas pessoas do primeiro foram. Pelo menos a galera que não joga nada, mas que vai nesse inter são velhos mesmo, pessoas mais novas não vão para não jogar”, afirmou Júlia Basílio, CO-Bife da AAAFAU.

Um pouco de tudo

A expectativa que rodeia o inter não vem apenas do torneio, mas, é claro, também das festas que ocorrem antes e durante todo o evento. Afinal, a experiência dos jogos universitários se faz tanto pelo quesito esportivo quanto pelo puramente social, especialmente para os não-atletas. Sarah Colombo, CO-Bife da Atlética Psico USP, conta que “é um campeonato gigantesco e a gente tá muito feliz de ter sido convidado, mas a libido é a maior das energias. Então não tem como, as festas sempre são uma questão pro público da psicologia, inclusive pro pessoal dos times, todo mundo quer de tudo”.

Essa valorização das duas esferas do campeonato se faz presente de forma geral nas atléticas participantes entrevistadas pelo Jornal do Campus. “Mesmo dentro dos grupos da atlética, dentro dos times, vai muito de pessoa pra pessoa. Eu tenho certeza que tem pessoas que estão indo para jogar, e vão lá só pra jogar, fazer o máximo de pontos possível e aí tem o público também quer festa e curtição”, afirma Gabriel Poli, vice-presidente da AAAGW. Juliana Hirata espelha esse pensamento da pluralidade de atrativos para os jogos. “O Bife é um rolê que tem muito dos dois públicos, mas tem um meio ali que são as pessoas que vão pelos dois, é essa a maior tendência que eu vejo”, conta ela.

Foto: Reprodução Facebook / AAAFAU

As festas do campeonato também têm outra importância que vai além de sua função de chamar um público maior. Afinal, é com o dinheiro arrecadado por elas que o torneio pode ser financiado. “A maior importância das nossas festas durante o ano, como o Desmame, o Abate, é que a gente arrecada dinheiro pro inter. Dependendo da quantidade que a gente tem no nosso caixa a gente consegue até, por exemplo, baratear o kit Bife, para mais pessoas comprarem e participarem”, conta Basílio. É, no final das contas, esta a principal vantagem de aliar a gestão de esportes e de festas nas atléticas e suas integrações. São duas sessões que se alimentam e se beneficiam, uma impactando positivamente a outra e permitindo uma comemoração do esporte ainda mais popular.