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O JORNAL DO CAMPUS É SEU CARTÃO DE VISITAS
Mais do que um laboratório, este jornal pode enriquecer seu currículo. Para isso, contudo, deve ser valorizado

Encarar o Jornal do Campus como um mero laboratório ou um exercício é um erro. São 10 mil exemplares circulando não apenas na USP, mas em residências, empresas e em algumas redações. Imaginar que um produto impresso com mais de 10 mil exemplares distribuídos na mais importante universidade do país vai ser lido apenas por alguns estudantes, funcionários e professores é um erro.

OK, ser um aluno da USP já é meio caminho andado para conseguir um bom estágio. Mas por que não aproveitar essa tremenda ferramenta que vocês têm em mãos e fazer ela acontecer?

E aí algumas medidas são centrais. A principal é a mudança de espírito. É pensar sempre que o Jornal do Campus pode ser lido, por exemplo, pelo seu futuro empregador. Ou então pelo seu “ex-futuro” empregador, que desistiu de chamá-lo depois de ler o jornal. Então capriche.

E aí pense se amigos e familiares que não frequentam a USP entenderiam tudo o que está nestas páginas. A população em geral sabe o que é EACH? O vigia que trabalha aí no seu prédio, por exemplo, sabe? E seus pais, eles sabem o que é HCRP? Nesse quesito do didatismo (que deveria ser uma obsessão de todo jornalista), ponto positivo para o quadro da matéria do DCE.

Caderno Claro. Boa iniciativa. Bacana a matéria do aparelho; interessantes os relatos de uma primeira vez numa boca de fumo – foi corajoso assumir que comprou a droga, o que, apesar de banal, é ilegal. E ficou ótima a matéria do Boca Juniors investindo no Brasil. Desnecessário o gigantesco texto-nariz de cera falando de bocas em geral, que abre o caderno. E, mesmo esteticamente polêmica, a foto que ilustra o texto do sexo oral merece um ponto positivo pela ousadia e por colocar um homem e não uma “gostosa” como objeto do desejo.

Design. Como deixar o jornal menos feio, com mais imagens, com menos tijolos de texto? Sim, o conteúdo é o que mais importa. Mas, se a a aprestação não for minimamente atraente, dificulta. Vou falar mais do assunto  na crítica em vídeo que estará no site e agora complementará minhas análises. Um bom começo: todas as matérias ocuparem exatamente o mesmo espaço na página, mas com 20% a menos de texto do que têm hoje.

On-line. Ponto positivo para o Instagram, que já começou a ser usado no caminho certo, ou seja, como uma rede independente do impresso, com conteúdo próprio, agilidade, com um cuidado especifico. Ponto negativo para o site, Facebook e Twitter, que seguem meros reprodutores do material do impresso.

Lino Bocchini é editor de mídia online de CartaCapital