Construções da USP que são verdadeiras obras de arte

Em tempos de Bienal de Arte, é inevitável olhar com mais atenção para as paisagens cotidianas: a arte se esconde em todos os lados e nós queremos descobri-la. A curadoria artística traz a incerteza viva como tema e nada mais afim ao dia a dia da USP, que está em eterna transformação.

Mas de uma coisa o JC tem certeza: essas construções uspianas são tão bonitas que mereciam estar em uma exposição.

FFLCH
Foto: Juliana Brocanelli
Fotos: Juliana Brocanelli

Inaugurado em 1964, o Prédio de História e Geografia, ou o Vão da História e Geografia para os íntimos, foi projetado pelo arquiteto Eduardo Corona. Formado pela FAU, Corona foi convidado, no início dos anos 60, pelo diretor-executivo do Fundo de Construção da USP, Paulo de Camargo e Almeida, para iniciar a construção de um prédio que visasse, através de sua arquitetura, ampliar o convívio universitário.

Hoje, o Vão da FFLCH é ponto de encontro entre os estudantes e um dos principais palcos das festas e assembléias universitárias.

Brasiliana

Querida pelos estudantes, administradores e visitantes da USP, a Biblioteca Brasiliana carrega o nome de Guita e José Mindlin. O casal, apaixonado por livros, doou à universidade a missão e a graça de abrigar o maior acervo particular do Brasil: cerca de 17 mil títulos e 40 mil volumes.

O prédio de 21.950m² é assinado por Rodrigo Mindlin Loeb, neto dos bibliófilos, e Eduardo de Almeida, e foi inaugurado no início de 2013.

Relógio Solar

O Relógio Solar foi um dos últimos projetos do escultor e ex-docente da FAU, Caetano Fraccaroli. Datado do ano de 1985, o desenho foi uma solicitação direta do então reitor Hélio Guerra Vieira. Após o falecimento de Fraccaroli, a construção do relógio foi supervisionada pela professora da FAU Vera Pallamin e orientada pelo IAG.

Localizado próximo à entrada principal da universidade, o relógio se tornou quase um ponto turístico dentro da USP.

Biênio

O Prédio J. O. Monteiro de Camargo, mais conhecido como Biênio, é destinado às aulas do Ciclo Básico (comuns a todas as graduações) dos cursos de Engenharia da Escola Politécnica. Inaugurado no início dos anos 60, a construção é de autoria do arquiteto Hélio Duarte.

Um dos primeiros prédios da América Latina a usar concreto protendido em sua estrutura, o Biênio deixou um marco na história da engenharia do Brasil.

CRUSP

O Conjunto Habitacional da USP, o famoso Crusp, foi inaugurado no início dos anos 60 e tem a assinatura de Eduardo Kneese, Joel Ramalho Júnior e Sidney de Oliveira. Os primeiros seis blocos do Crusp foram executados em estrutura convencional de concreto e os restantes em estrutura pré-moldada no canteiro de obra, um dos primeiros casos de construção de grande porte executada neste sistema no Brasil.

Atualmente, uma das grandes pautas dos estudantes é a designação dos blocos K e L à moradia universitária. Hoje, os blocos são usados pela Administração da Reitoria da USP.

Torre do Relógio

A Torre do Relógio é um grande marco do sentimento de universidade da USP: duas lâminas paralelas de 50m de altura com painéis cujas inscrições representam a Fantasia e a Realidade. A construção foi inaugurada em 1973 e está localizada na Praça Central do campus.

Segundo o professor da FAU, João Roberto Leme Simões, sua localização no centro do campus demonstra o desejo de seus idealizadores de que a Torre fosse um marco de orientação física e espiritual da USP.

SanFran
Foto: Marcos Santos
Foto: Marcos Santos

A Faculdade de Direito da USP, a SanFran pros mais íntimos, tem uma looonga história que data do século XIX. O prédio tal qual o conhecemos hoje foi inaugurado em 1934, ano da criação da USP.

O edifício, tombado como patrimônio histórico do Estado de São Paulo, abriga importante acervo cultural, tais como os vitrais da escadaria, produzidos pela Casa Conrado Sorgenicht, e o mobiliário do Salão Nobre e da Sala da Congregação, confeccionado no Liceu de artes e Ofícios de São Paulo.

FAU
Foto: Juliana Brocanelli
Foto: Juliana Brocanelli

Talvez o prédio mais conhecido pelo país afora, a FAU foi inaugurada em 1969 e tem, literalmente, a assinatura de Vilanova Artigas. O arquiteto assim define sua criação: “Pensei-o como a espacialização de democracia, em espaços dignos, sem portas de entrada, porque o queria como um templo, onde todas as atividades são lícitas”.

E assim se mantém o espírito fauano. Seus alunos e professores são conhecidos pelo espírito contestador e de constante mudança. A última grande revolução feita pelo instituto foi a suspensão das provas de habilidades específicas para ingresso em suas graduações.