O dia em que o JC parou

Por Laisa Dias e Melannie Silva

[Foto: Ricardo Thomé/JC]

Em setembro e outubro, a Universidade de São Paulo parou. A greve geral, motivada principalmente pela falta de professores – assunto tratado constantemente em edições anteriores do JC –, alastrou-se por todos os campi da capital. Para além da contratação de professores, a greve também buscava melhorias na permanência estudantil e defendia a ideia de uma universidade mais plural e inclusiva.

Não foi só a USP que parou, mas o próprio JC. As atividades do Jornal também foram interrompidas. Após intenso debate interno e muitas manifestações em contrário, acatamos a decisão da assembleia da ECA que votou pela paralisação das atividades da publicação enquanto durasse a greve. 

Agora, o JC retorna com o seu objetivo ainda mais forte: de ser um jornal produzido por estudantes, mas que busca atender a toda a comunidade USP, que pergunta: o que está sendo feito para atender as demandas da universidade? Para responder essa dúvida, o JC em sua edição 537 apresenta os desdobramentos de uma das mais amplas greves estudantis que a USP já presenciou.

A edição aborda pautas do movimento: oferta de três refeições nos bandejões no fim de semana, a promessa de criação de uma creche na Escola de Artes, Ciências e Humanidades e,  claro, a expectativa dos futuros docentes. Questões como a falta de diversidade dentro do corpo docente, a (falta) de diversidade religiosa e dificuldades de acesso à universidade também estão presentes. 

Entre os assuntos cotidianos, o JC entrevistou a professora Sylvia Lia da Faculdade de Educação para saber um pouco de como é a rotina da única professora surda da Universidade de São Paulo. Na editoria de esportes, há espaço para um raio X dos campeonatos esportivos universitários – o foco é como as atléticas se organizam para estes eventos. Já a crônica, na página final do jornal que você tem em mãos, traz luz aos trabalhadores noturnos, que fazem a segurança do campus quando ninguém mais quer estar na USP. 

O jornalismo constantemente tem sua relevância contestada, mas momentos de crise nos relembram a importância de ter um canal de comunicação confiável. É isso que o JC busca ser para você, leitor ou leitora.