USP, câmera e ação!

Universidade abre espaço para gravações de filmes e séries nacionais que exigem meses de negociação

por Felipe Velames

Gravação de evento com câmera de vídeo [Imagem: Reprodução / CC0 Public Domain]

Anita é uma mulher de 30 anos que mora em São Paulo, e que tem sua vida virada de ponta de cabeça quando consegue voltar para sua adolescência. Essa é a premissa da série De Volta aos 15, do serviço de streaming Netflix, que retorna em 2024 para sua terceira e última temporada. 

A série fictícia encontrou o mundo real quando realizou gravações na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP) no mês de outubro de 2023, chamando atenção de quem passava pelo local. 

Antes da USP virar um cenário para o audiovisual, existe todo um processo de bastidores. Tudo começa com um pedido de contrato, que é levado para aprovação pelo Conselho Técnico Administrativo do instituto ou faculdade e, eventualmente, assinado pelo reitor. Nos casos em que os cenários são as áreas comuns da USP, o processo envolve um outro órgão: a prefeitura do campus. Em seguida, ocorrem visitas técnicas da equipe de gravação e alinhamentos com a agenda do local escolhido. 

Ana Carolina Coelho, assessora de comunicação da FAU, conta que o trâmite pode demorar e, por isso, recomenda que o pedido seja feito com pelo menos três meses de antecedência. Ela também salienta que o processo, apesar de demorado, traz benefícios financeiros e culturais aos institutos.

“As gravações são uma forma de fomentar e facilitar a vida dos profissionais de cultura desse país.”, comenta. “É muito importante que as unidades da USP estejam envolvidas em produções 100% brasileiras que valorizem o audiovisual brasileiro”.

Ana Carolina Coelho, assessora da FAU

A produtora e o instituto ou faculdade também tomam cuidados durante as filmagens para que elas não atrapalhem os estudantes. A série De Volta aos 15, por exemplo, foi gravada em ambientes internos somente aos finais de semana, quando não havia aula. Os alunos também são proibidos de participar como figurantes de cena, como conta Amanda Teixeira, estudante de arquitetura e urbanismo.

“O máximo que acontecia eram os alunos tentando tirar foto com a Maísa ou o João Guilherme nos intervalos”, diverte-se a estudante.

Amanda Teixeira, aluna da FAU