Na trilha dos festivais

Paralelamente às comemorações de Tropa de Elite no 58º Festival Internacional de Berlim, em fevereiro deste ano, outra pessoa também festejava: Daniel Ribeiro. Sua produção, Café com Leite, acabara de ganhar o Urso de Cristal como melhor curta-metragem dentro da mostra Generation 14Plus de filmes sobre e para jovens. Formado pela ECA-USP, Daniel conseguiu gravar o curta graças ao Programa Petrobras Cultural.

Enquanto isso, alguns alunos da ECA-USP finalizavam seus curtas-metragens para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Tais trabalhos lhes renderam a participação em festivais no circuito nacional como o 19º Festival Internacional de Curtas, que ocorre em São Paulo, e o 13º Festival de Cinema Universitário, no Rio de Janeiro.

Participações e Prêmios

“A minha maior preocupação é realmente exibir o filme, dar vazão e escoamento, é o meu maior esforço”, afirma Célio Franceschet, diretor de Cidade dos Tesouros e ganhador do prêmio Destaque em Contribuição Artística do 13º Festival de Cinema Universitário. Célio diz que, apesar de os prêmios serem importantes, ele conhece “carreiras brilhantes que não foram laureadas com prêmios”.

Vinicius Casimiro, um dos diretores de Romance 38, reclama dos debates de que participou entre as sessões dos curtas nesse Festival de Cinema Universitário. Na sua opinião, o evento tinha uma visão muito “bairrista” da produção dos filmes. Mesmo assim, o curta ganhou o prêmio Destaque pelo Voto do Público.

Os alunos Rafael Cruz e Mariana Ianni, respectivamente o diretor e a montadora de Santa Chuva, gostaram bastante da exibição do curta em um festival grande. No entanto, a irregularidade no nível das produções exibidas na sessão em que o filme foi apresentado, no 19º Festival Internacional de Cinema, prejudicou a sua participação.

Já para Thaís Fujinaga, diretora de Hoje é seu dia, a participação nesse festival fez com que ela se surpreendesse com a reação do público. “Isso porque o filme acabou ficando muito duro, meio seco até, o que, infelizmente, dificulta a aproximação dos espectadores”, completa Thaís.

Carreira e Aprendizado

Ao mesmo tempo em que encerram o curso, as produções marcam o início da carreira dos alunos como cineastas. Paulo Ferreira, coordenador de produção das filmagens no CTR (Departamento de Cinema, Rádio e TV), da ECA-USP, afirma que a produção de curtas pelos alunos é essencial para a formação. É a partir dela e da participação em festivais que eles podem “sentir o peso da área que escolheram”.

“Eu me preocupo mais com a carreira do filme que com a minha mesma”, afirma Vinicius Casimiro, que ainda tem alguns retoques para dar em Romance 38. Célio Franceschet diz que fazer o curta serviu para o aprendizado e para dar visibilidade ao seu trabalho.

Para os alunos do Audiovisual, os TCC’s proporcionam uma saída do mundo acadêmico para o mundo “real”, onde há um público, alguma bilheteria e um bom número de críticas.