Repercussão dos conflitos chega ao Legislativo paulista e a Brasília

A intervenção da PM no campus da USP está gerando reações de apoio e repúdio nos centros de poder estadual e necional. O deputado estadual Carlos Gianezzi protocolou do dia seguinte à ação da PM um pedido de convocação da reitora Suely Vilela e do secretário de Segurança Pública do estado, Antônio Ferreira Pinto, para explicarem a permissão que concederam para a entrada da Polícia Militar no campus da capital da Universidade de São Paulo. O deputado, do PSOL, também reuniuse recentemente com o vicereitor Franco Maria Lajolo para exigir a retirada da PM. Em declaração à imprensa, ele classificou a ação policial como inconcebível: “As cenas de violência promovidas pela Tropa de Choque, maculam a imagem da universidade (…) remontam aos idos do AI-5”, disse o parlamentar.

A crise chegou à pauta do Congresso Nacional: da tribuna da Câmara o deputado federal Ivan Valente, do PSOL, criticou o uso da violência pela PM no campus e entrou com um requerimento para a criação de uma comissão parlamentar para apurar o caso. A bancada do PSDB atrasou a votação de outras pautas para impedir que o requerimento fosse a voto, em apoio ao governo de José Serra, também tucano. O deputado Valente esteve na USP no último dia 15, com o senador Eduardo Suplicy, do PT, para acompanhar assembléia da Associação de Docentes da USP (Adusp), na qual se decidiu que as negociações com o Cruesp só serão retomadas quando a PM sair do campus.

O senador Suplicy, no cargo desde 1990 e reeleito duas vezes (em 1998 e 2006), é figura atuante na intermediação de confl itos dentro da universidade. Ele tem boas relações tanto com a reitoria quanto com os movimentos de estudantes, docentes e funcionários. Durante a ocupação da reitoria em 2007, ele esteve no prédio e intermediou rodadas de negociação entre a reitoria e os estudantes.

Os conflitos na universidade também foram comentados pelo governador Serra, na saída de uma audiência com o presidente Lula no gabinete presidencial, no último dia 10, apenas algumas horas após a invasão da PM. O governador declarou à imprensa na ocasião que não viu exagero na ação policial.