Acaba a greve de funcionários da USP

Mesmo com acordo de não punição, funcionários saem temerosos da greve

Greve/2010Uma assembleia com mais 500 funcionários, realizada na tarde de 30 de junho, pôs fim a uma greve polêmica em que cerca de mil tiveram os salários descontados e que já se arrastava por 57 dias.

Pelo acordo de fim de greve fica garantido o pagamento dos valores descontados de maio e junho em até 4 dias úteis com compromisso de reposição dos trabalhos acumulados. Além da promessa de avaliação, numa reunião de pauta especifica e não no Cruesp, da referencia de 5% nos salários de todos os funcionários.

Sobre as sanções aos grevistas, a versão original do documento se referiria a não punição dos participantes de “movimentos de mera greve”. O texto foi alterado e o acordo firmado com uma nova garantia nos seguintes termos: “Não haverá punição decorrente das atividades relacionadas ao exercício do direito greve”.

Segundo Aníbal Cavali, um dos diretores do Sindicato, a nova redação não tranqüiliza os grevistas. Para ele “Mesmo esta mudança não é garantia de não perseguições ao movimento”.

Em entrevista veiculada pela assessoria da USP, o reitor reiterou que “Não haverá punição a tudo aquilo que estiver inerente ao direito de greve”, mas fez ressalvas a atos de “vandalismo, depredação do patrimônio público e outro ilícitos”, passíveis de punição.

Rodas fez também um balanço positivo do fim da greve: “Foi a primeira vez que não se concede benefícios salariais para sair de uma greve. Isso era costume. Mas eles não perderam. Prefiro dizer que foi uma vitória para a universidade.”

Neli Wada, também diretora do Sintusp, propôs a manutenção do comando de greve atual para fazer frente aos possíveis ataques da reitoria. Em seu pronunciamento ela também declarou a greve vitoriosa pelos pontos em que a reitoria teve que ceder como a não reposição de horas não trabalhadas, mas apenas do trabalho acumulado e do pagamento dos pontos. Quanto ao não recebimento imediato do reajuste de 5% declarou: “Não se trata de vitória ou derrota. Aquele que se levanta contra quem o oprime já é vitorioso. Quanto à isonomia, a própria universidade é a derrotada”.