Estudante tem direito a carona da Guarda Universitária

De acordo com a Coordenadoria do Campus da Capital, a Guarda Universitária(GU) está orientada para realizar o transporte de alunos e visitantes da USP nos horários em que os ônibus deixam de circular no campus. Nos fins de semana, coletivos municipais não entram na universidade depois das 14h de sábado e no domingo.

A decisão ocorreu no começo do ano, mas não é utilizada pois ninguém sabe que ela existe, nem a GU. “Estou no serviço há dez anos e nunca ouvi falar disso” estranha um guarda, que não quis ser identificado. Outra ação, tomada em 2006, é o transporte de estudantes do sexo feminino pela GU entre unidades distantes e o Crusp, à noite, quando não há mais ônibus. Esta medida teve início após um caso de estupro a uma aluna, ocorrido dentro da USP.

A falta de opções de transporte é criticada por moradores do Crusp. “É bem ruim, principalmente quando você tem que fazer compras, e voltar com aquele peso todo” diz Renato Martins, estudante de Engenharia e morador do Crusp. “A questão da segurança também é importante”, lembrando o caso de violência sexual ocorrido há quatro anos.

Além dos cruspianos, alunos de projetos de extensão e visitantes reclamam do problema: “a falta de transporte acaba prejudicando o andamento das atividades, pela preocupação de liberar os alunos a tempo para que eles possam pegar ônibus”, lamenta Guilherme Yazaki, membro do Projeto Redigir, de extensão universitária da ECA.

De acordo com Eduardo Barbosa, assessor do Coordenador do Campus, os ônibus não entram porque o campus está fechado para o público em geral. Para moradores do Crusp e visitantes, existe o transporte interno circular, que funciona das 6h00 às 17h00 nos fins de semana. Porém, durante as greves de funcionários, os circulares param de rodar, o que deixa os frequentadores do campus sem outras alternativas de transportes.

Ainda de acordo com Barbosa, existem projetos de se abrir uma exceção e permitir a entrada dos ônibus municipais durante a greve. “Mas eles não avançam para que não se intensifiquem os conflitos com os grevistas”, explica o assessor.

Cruspianos têm de caminhar cerca de dois quilômetros do P1 até apartamentos (foto: Felipe Fontes)
Cruspianos têm de caminhar cerca de dois quilômetros do P1 até apartamentos (foto: Felipe Fontes)