Roubo na ECA dá R$15 mil de prejuízo

Em furto planejado, ladrões invadem a vivência e levam equipamentos de som do Centro Acadêmico e da Atlética da ECA

A questão da segurança, assunto recorrente no campus Butantã, voltou à pauta na USP  quando a vivência da ECA foi invadida e equipamentos foram roubados da Associação Atlética Acadêmica Lupe Cotrim (Ecatlética) e do Centro Acadêmico Lupe Cotrim (Calc) na madrugada da quinta-feira, dia 06.

Segundo Eliana de Brito Barbosa, secretária do Calc, por volta de seis horas da manhã,  a funcionária encarregada da limpeza encontrou as portas da vivência e do Calc arrombadas e o espaço revirado.

Hermínia Santos, dona da lanchonete que fica dentro da vivência, chegou por volta de 7h20 e também foi testemunha das evidências de invasão. A porta da Ecatlética estava aberta, mas sem sinal de arrombamento. Já a porta do Calc, que é dividida ao meio, tinha a parte de baixo forçada, indicando que que houve uma tentativa de arrombamento, mas apenas a parte de cima foi aberta.

Mesmo tendo que pular parte da porta, os assaltantes conseguiram levar seis caixas de som – duas do Calc e quatro da Ecatlética, sendo que duas delas mediam mais de um metro de altura. Uma mesa de som da Ecatlética e uma potência, um computador e lâmpadas do Calc também sumiram. Segundo Giuliano Galli, tesoureiro do Calc, o prejuízo total foi de aproximadamente 15 mil reais. “Eles não vieram despreparados porque, para carregar o equipamento de som, são necessários dois carros ou mais”, diz Rafael Aloi, diretor financeiro da Ecatlética.

Parte do material da Ecatlética está guardada temporariamente na sala do Calc por causa de uma reforma em andamento na vivência. Além disso, todos os aparelhos e som estavam juntos na sala do Calc porque o próprio Giuliano ficara até as duas da manhã de quinta-feira fazendo a manutenção desse equipamento que seria usado em festa na sexta-feira.

As entidades ecanas optaram por não fazer o Boletim de Ocorrência. Porém, foi feito um relatório de ocorrência (RO) junto à Guarda Universitária, caso a investigação da Guarda aponte algum suspeito, o RO pode virar um boletim de ocorrência.

Furto Planejado

Durante a semana, a Ecatlética vendeu os ingressos da festa “Outubro ou Nada” na sala do Calc, o que gerou a suspeita de que os assaltantes estavam atrás desse dinheiro arrecadado. “Eles abriram todas as gavetas”, afirma Eliana. “Sempre que tem venda de convite de festa, acontece alguma coisa”, completa.

“Eu acho que era alguém que já estava analisando, que sabia do movimento da vivência”, diz Eliana, destacando o fato de a invasão ter ocorrido na madrugada de quarta para quinta, justamente a madrugada tranquila entre a agitação das noites de chorinho na terça e a tradicional Quinta e Breja na quinta.

“Não suspeitamos de ninguém, mas é curioso que o assalto tenha ocorrido em um dia em que todos os equipamentos estavam juntos e reformados”, diz Giuliano.

Os assaltantes tiveram cerca de quatro horas para a ação: Giuliano deixou a vivência às duas da manhã e a faxineira chegou às seis. Nesse período não há nenhum vigia responsável pela segurança da vivência. “Muitas outras coisas como a televisão ou a máquina copiadora poderiam ter sido levadas e não foram”, diz Eliana. Alguns fardos de cerveja estavam perto da porta como se tivessem sido deixados para trás.

Segurança no Campus

Eliana diz que já haviam pedido para reforçar a segurança na vivência, já que não há nem câmeras no local. Após a invasão, a diretoria da ECA chamou um chaveiro para trocar a fechadura e os cadeados da portas da vivência e do Calc.  “Como o CA é um espaço independente e de responsabilidade dos alunos, eu só prestei um auxílio consertando a porta. Não foi nada oficial”, diz Irineu Lobão, chefe do Setor de Serviços Gerais da ECA.

Mauro Wilton, diretor da ECA, esclarece que os processos administrativos só podem ser abertos quando bens patrimoniados são furtados, o que não foi o caso dos equipamentos levados do Calc. Segundo ele, o prédio da vivência é da USP, não da ECA e, por isso, não há vigilância específica no local. “Não temos obrigações em relação ao prédio, mas trabalhamos em conjunto com os estudantes para qualificar o espaço”, diz.  Em reunião com representantes da Ecatlética e do Calc, o diretor prometeu investigar o caso. Além disso, estudam a instalação de alarmes na vivência, que também deve ganhar um novo portão.

Para Giuliano, “a presença ou não da PM no campus ainda é polêmica e a questão da segurança vai muito além disso”. “O campus continua tão inseguro quanto antes, como nas demais regiões da cidade em que a PM se faz presente. Tivemos apenas o infortúnio de sermos  a vítima dessa vez”, diz. “Antes a gente falava: ‘você viu o que aconteceu lá?’Agora isso já está batendo na nossa porta”, diz Eliana.

Maçaneta da porta do Calc foi retorcida na tentativa de arrombamento  (foto: Eliana Barbosa)
Maçaneta da porta do Calc foi retorcida na tentativa de arrombamento (foto: Eliana Barbosa)