Estudantes votam por greve geral em Assembleia

Em Assembleia Geral, que reuniu cerca de três mil estudantes – segundo o DCE – no vão da História, na noite desta terça-feira (8), os alunos votaram pelo início imediato de uma greve geral dos estudantes.

O pleito foi acirrado. Muitas pessoas votaram a favor de um indicativo de greve, que possibilitaria uma discussão maior com todos os cursos e campi antes da paralisação geral. “A greve deve ser aprovada nas assembleias de base [de cada unidade]”, disseram.

Os apoiadores da greve imediata, porém, argumentaram que “não podem ocorrer aulas enquanto a USP estiver sitiada militarmente. Se esta não é a situação limite, o que tem que acontecer para a gente começar essa greve?”. Foi a opinião que prevaleceu. A possibilidade de não haver nenhum tipo de greve não foi cogitada.

Para a mobilização e organização, foi aprovada a composição de um comando de greve a partir da eleição de delegados em assembleias de cada unidade, que deverão ocorrer ao longo desta semana.

Por meio de votação, os estudantes decidiram não realizar “cadeiraços” durante a paralisação, o que significa que nenhum estudante será impedido de entrar nas salas de aula. Durante esta terça-feira (8), as aulas do curso de Letras foram suspensas por um piquete organizado pelo centro acadêmico.

O presidente da mesa afirmou que professores e funcionários ainda não se reuniram para decidir se irão aderir à paralisação. Outra Assembleia Geral será realizada na próxima quinta-feira (10) às 18h no Largo São Francisco – em frente à Faculdade de Direito – logo após um ato que começará ao meio-dia no mesmo local.

 Outras resoluções

As propostas de reocupar a reitoria ou acampar na Praça do Relógio ou na sede da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo foram rejeitadas por ampla maioria em votação.

A defesa dos eixos políticos do movimento estudantil, no entanto, foram aprovadas unanimemente: retirada de todos os processos administrativos contra estudantes e funcionários, fim do convênio da reitoria com a Polícia Militar e a saída da PM do campus, liberdade e não punição administrativa ou criminal aos estudantes presos durante a reintegração de posse e a saída de João Grandino Rodas do cargo de reitor.

A aprovação de um plano alternativo de segurança proposto pelo DCE foi uma das decisões mais polêmicas. As novas medidas incluiriam uma política preventiva de segurança, melhor iluminação do campus, abertura da USP à população, aumento do número de circulares – inclusive até a estação de metrô do Butantã – e treinamento de uma nova guarda universitária, com uma equipe especial para atender mulheres.

Alguns alunos foram contrários porque não houve discussão e aprofundamento das metas do plano. Os favoráveis se justificaram: “O movimento [estudantil] não pode agir só na reativa. A gente precisa propor”.

A Assembleia se encerrou oficialmente às 23h15.

Cerca de 3 mil estudantes ser reuniram no vão da História durante Assembleia (foto: Rafael Carvalho)
Cerca de 3 mil estudantes ser reuniram no vão da História durante Assembleia (foto: Rafael Carvalho)

Atualizada em 09/11/2011, às 23:45.