Retrato do Campus 401

Vinicius Pereira – Em elaboração desde 2008, por iniciativa do Núcleo de Estudos da Violência da USP, ficou pronto esse mês o “Memorial em homenagem aos membros da comunidade USP que foram perseguidos e mortos por motivações políticas durante o regime militar”. A inauguração do Memorial, que fica em uma área de quase nenhuma circulação na Praça do Relógio, não teve a mesma repercursão que a placa que anunciava que ali estava sendo construído um monumento às vítimas da “revolução de 64”. A contradição no uso da expressão, cunhada pelos militares para aludir ao golpe, gerou críticas de membros de toda USP. Os tapumes com pichações como “No salão nobre da reitoria, GAMA e SILVA, redator do AI-5 segue homenageado! COINCIDÊNCIA?” que cobriam a obra foram retirados, revelando a construção de cimento queimado que traz os nomes de 38 uspianos vítimas da ditadura, como Alexandre Vannucchi Leme, Vladimir Herzog e Ana Rosa Kucinski. Foto: Jaqueline Mafra