Pimesp segrega, diz estudante

O reitor da USP, João Grandino Rodas, não compareceu e não mandou representante à audiência pública sobre cotas sociais e raciais das universidades públicas estaduais, ocorrido na Câmara Municipal de São Paulo, no dia 29 de abril. Também foram convidados para o debate e não compareceram os reitores da Unicamp, Unesp, Fatec e Unifesp.

Manuela Braga, presidente da Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – reprovou o college, sistema proposto pelo governo estadual como alternativa às cotas.“ O Pimesp – Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Público Paulista – é mais excludente que includente”, enfatiza. No programa, estudantes de escolas públicas fariam um curso de até dois anos e, posteriormente, os alunos com melhor rendimento entrariam nas universidades públicas paulistas.

Manuela e outros participantes da assembleia criticaram “o caráter semipresencial do college, o número escasso de avaliações e o atraso de dois anos que os alunos do programa desperdiçarão, não cursando a universidade”. Virgínia Barros, da UNE, classificou o programa como “segregracionista”. Para Mateus Noronha, aluno do 3º colegial da escola pública Leopoldo Santana, no Capão Redondo, “o sistema college faz alunos como ele perderem a esperança de entrar em uma universidade pública”. Na USP, as unidades de medicina, direito e a Escola Politécnica já se posicionaram a favor das cotas, no entanto, não por meio do Pimesp.

Douglas Belchior, da Frente Pró-Cotas, afirma que a entidade está atualizando o texto do projeto de lei estadual 530-2004, referente a cotas, para reapresentá-lo à Assembleia Legislativa de SP como campanha de iniciativa popular. O vereador Orlando Silva (PCdoB) também apoiou que as cotas sociais e raciais sejam formalizadas em uma lei, para que seja uma “política de Estado e não de governo”.