Falta inclusão no PPVUSP, diz aluno

O PPVUSP (Programa Pré-Vestibular da USP), que conta com os mil alunos não-ingressantes melhores colocados na Fuvest que participaram do Pasusp (Programa de Avaliação Seriada da USP), tem sua capacidade de inclusão colocada em dúvida. O curso tem como objetivo aumentar o número de alunos da rede pública nas graduações da USP.

A “versão piloto” do Programa terá duração de cerca de três meses e meio. Os estudantes receberão, também, uma ajuda de custo no valor de R$ 300,00, acesso ao bandejão e à gratuidade do bilhete de ônibus da USP. No entanto, alguns universitários não veem a medida de forma inclusiva e a acusam de perpetuar a elitização da universidade.

Na visão do estudante de Letras Luís Rodrigues da Silva, os programas não servem para aumentar a inclusão, mas para manter o status dos cursos mais procurados. “Esses candidatos disputarão com os iguais a eles as vagas dos cursos periféricos, ficando com a vaga de outro que não fez jus ao bônus, mesmo estando em situação precária, por não ser negro, indígena ou ter estudado algum ano em uma escola particular de alguma periferia. Não haverá disputa nas vagas dos cursos de elite”.

Para Luís Rodrigues, a questão reside também no fato de o vestibular possuir conteúdo de nível muito avançado e que não chega a ser tão explorado pela rede pública. De acordo com ele, o método utilizado pela Fuvest para escolha dos aprovados é o grande entrave para a USP – que não seria solucionado pelo PPVUSP. “Qual seria o fundamento para incluir na segunda fase do vestibular todas as matérias, quando o conhecimento básico já foi checado na primeira fase? Nenhuma senão favorecer aqueles que tem mais acesso a treinamentos especializados dos cursinhos preparatórios e certamente não são aqueles candidatos oriundos das escolas públicas”, completa.