Funcionários cobram avanços na Copa Cepeusp

Cepe tornou o campeonato entre trabalhadores da USP mais organizado. Agora, os participantes querem formas de melhorar o nível do torneio

Desde os anos 80, um torneio de futebol é organizado para promover a prática esportiva e a integração entre funcionários da universidade. Contudo, essa competição quase desapareceu devido a problemas entre organizadores dos times de cada unidade e a então responsável pelo evento, a Lafusp. Então, em 2010, o Cepeusp tomou a frente da organização do torneio, que passou a se chamar Copa Cepeusp de Funcionários. Apesar de a disputa apresentar melhorias, participantes cobram uma elevação no nível da competição.

José Carlos Astrauskas, ex-professor de futebol do Cepeusp e um dos organizadores do evento, explicou como foi feita a transição entre a administração da Lafusp para o Cepeusp. “A direção do Cepe pediu aos responsáveis pelo departamento de futebol, que somos eu e o professor Emílio Miranda, para tomarmos a frente no lugar da Lafusp”, afirmou. “A partir de então, organizamos um campeonato sem custo para os grêmios de cada unidade”, completou. “Para esse ano iniciamos a competição de vôlei e para o ano que vem pretendemos introduzir o atletismo, de modo a incluir mais atletas nas competições”.

Anderson Lima, um dos responsáveis pelo time de futebol do Hospital Universitário, disse que “a Lafusp cobrava uma taxa de inscrição de cada grêmio participante para pagar arbitragem e outros custos que a competição trazia, mas essa taxa era muito abusiva, chegando ao valor de R$ 1800 para participar de um campeonato”. Ele ainda acrescentou: “como nós não sabíamos para onde esses valores realmente iam, achávamos o preço ‘superfaturado’”. Paulo Henrique Guerlando, também do HU, completou dizendo “nessa época ainda tinham as ‘panelinhas’, isto é, quando determinadas unidades chamavam atletas que nem da USP eram para jogar as competições internas da universidade, o que gerava muita confusão, e isso não existe mais”. Lima ainda aproveitou para dizer que “a Copa ficou muito mais organizada de quatro anos pra cá, mas ainda há muito para ser feito”.

Leandro Barboza, o Leandrinho, responsável pelo time de futebol da Odontologia, disse que “o campeonato está ficando defasado porque a USP não tem muita renovação de funcionários, e os times estão ficando cada vez mais envelhecidos e os jogadores, cada vez com menos ânimo para participar da competição”. Segundo Leandrinho, o formato da competição não mudou muito nestes últimos três anos, desde que o Cepeusp assumiu a organização do torneio. “A fórmula do campeonato é a mesma da época em que a Lafusp o administrava, não há outro estímulo para participar que não seja a competição entre as unidades”, afirmou. “Também não há o interesse em promover melhorias no evento de modo a atrair novos atletas ou estimular o retorno daqueles que pararam de jogar por causa dos problemas e atritos que tiveram com a administração anterior à do Cepe”, concluiu.

Dificuldades são refletidas na rodada
José Paschoal dos Santos, ex-jogador do time da Reitoria entre os anos de 1980 e 1990 e atualmente técnico do time de futebol da Atlética da FFLCH, argumenta como a gestão da Lafusp influencia na competição até hoje. “Por causa dos altos custos e dos desentendimentos com a antiga organizadora do evento, muitos times simplesmente deixaram de existir, como o das unidades da Veterinária e do ICB, que eram boas equipes”, afirmou. “Agora a confusão com a vinda de atletas de fora da USP acabou, mas tem unidade que está tendo que se unir com outra para levar 11 jogadores a campo”, concluiu. Tal situação foi refletida na última rodada, que ocorreu no último sábado, dia 14, pela manhã. A equipe FEA/Educação jogou boa parte do jogo contra o time da Física/GEO com apenas nove jogadores, devido à falta de atletas para a disputa. Tal defasagem entre as equipes foi fundamental na derrota da FEA/Educação por 3 a 1.

Esse quadro é diferente com o time do HU, que venceu as outras três edições da Copa Cepeusp de Funcionários. Segundo Lima, o sucesso da equipe se deve porque “o HU é uma das unidades que mais tem funcionários, se não for a que mais tem, e é, sem dúvida, aquela que mais renova seu corpo de empregados”. Guerlando ressalva que “ainda assim, em muitas rodadas, vamos com apenas 12 ou 13 jogadores”. No último sábado, a equipe do HU goleou o time da EACH por 9 a 0 e tornou-se líder de sua chave na Copa.

Empate entre Enfermagem e SAS dificulta as classificações de ambas as equipes. Foto: Vitor Hugo