Para pesquisa, mobilidade na Cuaso é ruim

Estudo realizado pela Poli analisou locomoção dentro da Cidade Universitária e pensa em diálogo entre usuários como solução

Blocos soltos e rachaduras atrapalham circulação de pedestres

Estudo elaborado na Escola Politécnica apontou as principais adversidades enfrentadas para se deslocar dentro da Cidade Universitária. Além de problemas como calçadas com rachaduras e blocos soltos, há o fato de que as condições precárias de mobilidade urbana dentro do campus estimulam o uso de carros, gerando consequências ambientais como a emissão de poluentes atmosféricos e grandes congestionamentos dentro do campus.

A pesquisa consiste no Trabalho de Conclusão de Curso Avaliação da Mobilidade Urbana na Cuaso, feito por alunos do curso de graduação em Engenharia Ambiental. Lucas Shirai, um dos integrantes da equipe, conta que, ao longo do processo, a questão do deslocamento de pedestres foi um dos pontos que mais chamaram atenção. “Há a impossibilidade de execução de alguns percursos a pé devido às grandes distâncias. Além disso, em alguns trechos, os caminhos de pedestres, mesmo com calçadas, apresentam pouco ou nenhum espaço que favoreça a circulação”, explica Shirai. “A maior parte encontra-se desprovida de manutenção, com blocos soltos, rachaduras, e está encoberta por lama ou vegetação, em contraste com raros trechos em ótimas condições. E os problemas são agravados para portadores de deficiências, que se deparam com adaptações de acessibilidade ruins e insuficientes”.

Em relação ao uso dos circulares, o estudante aponta que, além do tempo de espera entre os veículos e a superlotação em determinados horários, os ônibus também percorrem trajetos excessivamente longos, já que precisam cobrir todo o campus, desestimulando a escolha deles como meios de transporte. Já quanto ao uso de bicicletas, Shirai explica que a prática não é favorecida pelas condições do trânsito dentro da Universidade e pela falta de ofertas de infraestrutura, como bicicletários e ciclovias ou ciclofaixas.

Segundo Shirai, “o padrão centrado nos carros é insustentável tanto no que se refere à qualidade ambiental quanto no atendimento das necessidades de deslocamento”. Mas nem tudo está perdido, e a pesquisa também revela soluções. “Diretrizes e oferta de estruturas com sistemas de informação e sinalização, que possibilitem a colaboração entre os setores administrativos do campus e seus frequentadores, podem facilitar a gestão do espaço e otimizar as escolhas de transporte e mobilidade pelo usuário”, explica o engenheiro. “Mais:  vias, unidades, prédios e caminhos devem ser melhor sinalizados, e o diálogo com aqueles que frequentam a Cidade Universitária poderia ser facilitado a partir do desenvolvimento de tecnologia móvel”.

Foto: Bruna Rodrigues