Negociações avançam nas estaduais

As demais universidades estaduais de São Paulo, Unicamp e Unesp, apesar de estarem em greve, sentem menos os seus efeitos. De acordo com a assessoria da Unicamp, calcula-se que “a adesão ao movimento não passa de 10% dos servidores, entre funcionários e docentes. Segundo mapeamento atualizado feito pela universidade, as atividades funcionam normalmente em 90% das 24 unidades”.

Em 1º de agosto, os professores encerraram a greve depois de aceitar a proposta da reitoria de abono de 21% sobre os salários de julho.

Por causa do atraso na conclusão do primeiro semestre letivo, haverá reposição de aulas durante o mês de agosto. O segundo semestre deve iniciar em 1º de setembro e terminar em 10 de janeiro de 2015.

A Unicamp obteve na justiça, em junho, um Interdito Proibitório, que garante o acesso à universidade e o pleno funcionamento de suas atividades.

Os restaurantes universitários da Unicamp, ao contrário do que acontece na USP, funcionam normalmente, bem como o atendimento nos hospitais, que realizam, em média, 1,4 mil consultas ambulatoriais, 65 cirurgias e 350 atendimentos de urgência diariamente.

Em reunião realizada no dia 18 de agosto com representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), a reitoria, que havia oferecido abono nos salários de funcionários ativos e aposentados e a retomada do projeto de isonomia salarial com a USP, rejeitou a contraproposta dos servidores, que exigem esses mesmos benefícios e mais vale-refeição de R$ 29 por dia trabalhado e um posicionamento sobre o congelamento de salários do Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas, que reúne também os secretários da Educação e do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia).

A reitoria da Unesp apresentou uma proposta de 21% de reajuste salarial e um aumento de R$ 250 no vale-alimentação, condicionados ao fim da greve. Segundo a assessoria da universidade, a maior parte das atividades estão normalizadas.

As aulas em Araraquara, Araçatuba, Botucatu, Dracena, Guaratinguetá, Itapeba, Ourinhos, Registro, Rio Preto, Rosana, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Tupã já foram retomadas. Nos campi de Assis, Marília e Presidente Prudente, a paralisação total de alunos, professores e funcionários continua.

A greve das estaduais se iniciou no fim de maio como um protesto contra o arrocho salarial nas três universidades do Estado, que passam por crise financeira devido ao alto comprometimento do orçamento com folhas de pagamento: 104,2% na USP, 96,5% na Unicamp e 94,4% na Unesp.

O Cruesp tem a próxima reunião marcada para o dia 3 de setembro, em que debaterá a questão salarial na presença do Fórum das Seis (órgão que reúne os sindicatos de docentes e funcionários da USP, Unesp e Unicamp).

por JOÃO PAULO FREIRE SANTOS