Imprevistos

Ninguém imaginava que passaria na Fuvest. Ou que, passando por ela, entrevistaria o prefeito da maior cidade do país. Conheceria atletas. Para-atletas. Produtores de séries. Médicos que realizaram o primeiro transplante de útero bem-sucedido da América Latina, lá no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina. Também não imaginávamos que a mesma Faculdade concederia diploma a um aluno acusado de estuprar outra estudante. Ou que o conservadorismo marcaria e ganharia tantos embates políticos. Que as capivaras da raia olímpica seriam castradas e que o Bife teria tanta dificuldade em se alocar.

Dos sustos que o segundo semestre de 2016 nos pregou, foram impressas 1.024.000 páginas pensadas, reformuladas e distribuídas pelos estudantes de jornalismo da ECA com a preocupação de tornar a experiência do Jornal do Campus agradável tanto para os repórteres em formação quanto para os leitores. Afinal, ninguém quer que gaiolas sejam forradas com páginas não lidas — depois de ler está liberado.

Espera, reformuladas? Pois sim. O produto final do jornalismo pode ser até objetivo, mas sua feitura envolve muitas variáveis. A página 16 fala sobre isso. Mudança. Renovação. Ou imprevisto mesmo. Quem pensava que a morte de Fidel seria pautada na última edição do ano?

Edição esta que alguns leitores nem verão em formato impresso, dada a chegada das férias. Outros tantos terão sua companhia até o final de um semestre estendido em razão da greve ou das semanas de recuperação. Para consolo dos últimos, preparamos uma dupla de páginas com a entrevista do prefeito Fernando Haddad acerca das perspectivas da educação e da política no Brasil.

Ainda sobre previsões, Cultura conta o que podemos esperar do Cinusp no próximo ano. A linha editorial continua intocável: representatividade. Mesmo valor que instiga a pesquisadora Lygia Veiga Pereira, do Instituto de Biociências, que coordenou o projeto de formação da primeira biblioteca genética que abrange a real miscigenação dos brasileiros.

Por fim, Esportes cobriu o último campeonato universitário e a crônica da edição passada ganhou mais uma linha amargurada com a tragédia do Chapecoense. A Redação expressa seu pesar pelo ocorrido e deseja a todos força para superar esta e outras saudades que 2016 deixará. Com votos de um ano melhor, nos vemos no próximo semestre.