Do campeonato universitário às Olimpíadas: conheça a trajetória de Giulia Guarieiro

Aluna de Relações Públicas da ECA que participou de campeonatos universitários, agora  disputará as Olimpíadas de Tóquio pela seleção feminina de handebol

 

 

por Laura Toyama

Arte: Sofia Kassab / Fotos: Facebook/Granollers, Facebook/BMgranollers, EC Pinheiros

 

O esporte, parte importante da experiência da maioria dos estudantes da USP, representa uma constante na vida de muitas gerações que passaram pela universidade. Há quem diga que competições de nível universitário despertam nos atletas e na torcida um sentimento único e grandioso, uma paixão digna de nível olímpico. E foi com essa mesma paixão que Giulia Guarieiro, atleta da seleção brasileira de handebol, natural de São Paulo, traçou sua trajetória no esporte até chegar às Olimpíadas de Tóquio.

Aos 25 anos, Giulia é aluna do curso de Relações Públicas da ECA, desde 2015. Depois de alguns semestres na USP, se interessou pela equipe de handebol da unidade, o Glorioso Handebol Ecano. A partir daí, as histórias foram muitas. No ano de 2017, disputou campeonatos universitários como a liga do Novo Desporto Universitário (NDU) e o JUCA, campeonato universitário multimodalidades entre as faculdades de comunicações e artes de São Paulo. Na edição daquele ano, uma polêmica final da equipe da ECA contra outra faculdade deixou marcas dos dois lados da torcida, com direito a erros de arbitragem, consulta de regulamento durante a partida e um placar alterado no último segundo. Esse tipo de erro não será assistido nos jogos de Tóquio, mas eles confirmam que a emoção do esporte está presente também nas competições amadoras por aí.

De joelheira rosa, Giulia jogando pelo Glorioso Handebol Ecano, em 2017. Foto: Associação Atlética Acadêmica Lupe Cotrim

 

Para Giulia, a USP tem um papel fundamental na sua história, “Eu amo a USP, lá as possibilidades são infinitas” declara a atleta, “é um polo de conhecimento e também de reflexão”. Ela conta que foi através do time que se aproximou de muitas pessoas, inclusive colegas de curso com quem não tinha afinidade. “Dentro da USP o maior papel do esporte é esse, a integração” conta, “foi jogando no time que conheci muita gente”.

A atleta, que é muito próxima da família, começou a jogar por influência da irmã “ela já jogava handebol e comecei por causa dela, eu a admirava muito”. Desde então, passou pelo Esporte Clube Pinheiros, onde atuou por 10 anos, desde as categorias de base até a idade adulta, e posteriormente, Giulia foi convidada para jogar no Balonmano Bera Bera, clube espanhol de handebol feminino, em San Sebastián. Defendeu o clube na temporada de 2017 a 2018 e, na temporada seguinte, de 2018 a 2019, jogou no Granollers, também espanhol. Em 2013, foi convocada para a seleção júnior de handebol do Brasil.

Em Tóquio, Giulia se prepara para sua estreia nos Jogos Olímpicos, que acontecerá neste sábado (24) com transmissão às 23h do horário de Brasília, contra a Rússia. Para os jogos, ela tem boas expectativas: “É muito legal estar nesta competição, o grupo está muito focado, e com certeza vamos pra cada jogo com muita vontade de vencer”, comenta.

A atleta já havia participado de competições internacionais desde o início da carreira, foi para a Coreia do Sul em 2015, mas nunca uma disputa das dimensões dos Jogos Olímpicos. Sobre as atletas do time, conta que há uma boa relação entre elas, para além do ambiente de jogo: “As mais experientes ajudam bastante as mais novas, todo mundo se dá muito bem”.

Acompanha as aulas da faculdade de forma remota, já que as aulas presenciais estão suspensas desde o início da pandemia. O ensino a distância contribuiu para que a atleta pudesse retomar a graduação mesmo morando na Europa ou do outro lado do planeta, onde disputará o maior evento esportivo do mundo.