Unidades tentam driblar desistências

Das 619 vagas abertas para a transferência externa em 2009, 113 (ou 18%) estão concentradas no IAG, nos cursos de Meteorologia e Geofísica. Mas apenas 16 alunos se inscreveram para elas. O presidente da Comissão de Graduação do IAG, Amauri Pereira, aponta o desconhecimento dessas carreiras, que não são ‘tradicionais’, como um dos principais motivos para o alto número de desistências que ocorre no Instituto e essa baixa procura por vagas de transferência.

Além disso, parte dos alunos que prestam vestibular para os cursos de Meteorologia e Geofísica, diz Pereira, são motivados não pela vontade de concluir o curso, mas pela possibilidade de ingressar em uma faculdade pública. Isso também ocorre nos cursos de licenciatura em geral, airma. Devido ao menor interesse e, portanto, à menor concorrência, as notas de corte desses cursos são mais baixas, atraindo principalmente os alunos das escolas públicas.

Esses estudantes, segundo a professora Iole de Freitas Druck, coordenadora do curso de licenciatura em Matemática, no IME, apresentam deficiências bastante evidentes na sua formação escolar. “Sem o domínio dos fundamentos básicos, as matérias do ensino superior lhe parecem extremamente difíceis e sua evolução no curso fica bastante complicada”.

Pouco procurado, curso do IAG reduz número de vagas (foto: Rafael Benaque)
Pouco procurado, curso do IAG reduz número de vagas (foto: Rafael Benaque)
Medidas

Para contornar essa situação, o IAG reduziu o número de vagas do curso de Metereologia de 40 para 30 e o reestruturou. A disciplina de Física, apontada pelos alunos como uma das matérias mais difíceis, foi adiada para o segundo ano. Além disso, a duração do curso será estendida de quatro para cinco anos, a partir de 2009. No entanto, isso não significará aumento no tempo real de permanência dos alunos, pois hoje eles levam em média 10,3 semestres para se formar.

Na FFLCH, também houve mudança na duração do curso. Devido à dificuldade dos alunos que cursam dupla habilitação (por exemplo, Inglês e Português) de se formarem em quatro anos por conta da carga horária excessiva. A partir de 2009, esses cursos passarão a ter cinco anos.

Há também uma tentativa de concentrar as aulas em apenas um período (manhã ou noite). Pereira, do IAG, reafirmou o desejo de eliminar as janelas da grade horária dos alunos, mas alega que isso depende também da colaboração de outros institutos, como IME e IF, já que algumas disciplinas obrigatórias são ministradas nessas unidades.