Por volta das 14 horas, no dia seguinte a invasão do bandejão (dia 11 de junho) e antes da distribuição que seria feita para moradores do Crusp, dois membros do Sintusp carregavam os mantimentos que passaram a noite na sede da AmorCrusp. Os alimentos foram colocados numa perua próxima à sede da entidade representativa dos alunos do Crusp e do bandejão invadido.
Ao serem questionados se os alimentos iriam para o fundo de greve, um dos membros do sindicato que carregava os alimentos, disse que movimento grevista e o de AmorCrusp estariam juntos, se referindo a um eventual compartilhamento de idéias e forças.
Minutos depois, membros do Sintusp descarregaram os mantimentos na sede do sindicato. João* (nome fictício) relatou que os alimentos haviam sido doados pelos estudantes para o fundo de greve do Sintusp. Ainda relatou que a decisão fora tomada entre alguns alunos, sem a realização de assembleia com os moradores do Crusp.
Representantes do AmorCrusp negaram que parte dos mantimentos iria para o sindicato dos funcionários da USP. Relataram que 100% dos mantimentos retirados dos estoques da Coseas seriam revertidos para moradores do Crusp e alunos com bolsa-alimentação. Procurados novamente no mesmo dia, representantes voltaram a negar que os alimentos iriam para o Sintusp.
Na manhã do dia 14, membros do AmorCrusp relataram que uma ínfima parte de mantimentos havia sido doada para o Sintusp, já que os grevistas teriam tido seus pontos cortatos. Segundo representantes do AmorCrusp, a medida não foi anunciada para os moradores do Crusp justamente pela pequena relevância do valor doado perante ao montante distribuído aos estudantes.
Neli Wada, da diretoria do Sintusp nega que o sindicato tenha recebido qualquer doação do AmorCrusp. Ao ser informada que a reportagem havia presenciado a perua dentro da sede do sindicato e que havia fotos que o comprovassem, Neli afirmou que nenhuma doação do AmorCrusp havia estado no Sintusp. Ela ainda informou que as pautas do sindicato e as do AmorCrusp são diferentes.