Por Antonio Edson Martins, ex-aluno da Faculdade de Direito da USP
É triste constatar que a Faculdade de Direito da USP, uma das mais antigas do Brasil, transformou-se numa academia fútil e oligárquica, preocupada unicamente em angariar verbas para a construção de um clube privativo para seus estudantes e funcionários, num terreno no Ibirapuera, consolidando este “apartheid acadêmico” que sempre existiu entre a Faculdade de Direito e as demais unidades da USP.
Se alunos, funcionários e professores do Largo São Francisco podem frequentar o Cepeusp, o centro esportivo da USP, por que estudantes, funcionários e professores de outras unidades da universidade não poderiam frequentar o “Clube das Arcadas”?
Enquanto isso, há pelo menos 25 anos, o Direito USP oferece o mesmo número de vagas por ano, para o ingresso em seu curso de graduação, ignorando o crescimento populacional que ocorreu na cidade e no estado de São Paulo. Ninguém no Largo São Francisco parece se incomodar com essa situação.
Até mesmo o conceituado Instituto Rio Branco já ampliou o número de vagas que oferece em seus concursos, adequando-se as exigências do momento, e não consta que isso tenha afetado a qualidade da formação dos diplomatas.