Esta edição, em comparação com a primeira produzida pela atual redação, melhorou muito em qualidade editorial e gráfica. Como este é meu último texto como ombudsman, creio que esse reconhecimento é digno de nota.
Por isso, mais do que trazer críticas na derradeira hora, vale uma reflexão sobre o futuro desse pessoal que vai se formar nos próximos anos e ajudará a transformar o jornalismo (ou abrirá um bar, se tiver mais sorte).
O jornal impresso está com os dias contados. Como sempre há um chinelo velho para um pé cansado, público para informação distribuída em papel vai haver por um bom tempo – tem gente que amplia todas as fotos digitais das férias, não? –, mas não em escala.
A principal plataforma será digital. Jornalistas em várias redações espalhadas pelo mundo já são obrigados a produzir texto, foto, áudio, vídeo, ou seja, a serem multimídia (e sem ganhar a mais por isso, necessariamente – ah, o capitalismo!).
Isso abre uma série de possibilidades, mas vai subverter muita ordem estabelecida. Talvez a principal delas é que qualquer um pode produzir e veicular notícias. Hoje temos mais liberdade de expressão do que democracia na comunicação. Você pode falar, mas sem os meios para se fazer ouvir. Com o fortalecimento de redes sociais, blogues, sites pessoais e afins, isso começa a mudar. Em algum momento, os grandes veículos tendem a perder espaço para essa miríade de vozes. O que é bom, e os jornalistas devem estar preparados para isso, pois terão um papel importante no sentido de ordenar e organizar tanta informação.
A USP é um espaço privilegiado, possui grande percentual de sua comunidade como usuária da internet. Por isso, seria interessante se o Jornal do Campus, que já tem um pé na rede, se tornasse mais 2.0, interativo, um grande laboratório de produção compartilhada de conhecimento com, sobre e para a universidade. Dessa forma, o JC já começaria também sua caminhada rumo à aposentadoria de papel. Bom para os futuros jornalistas, ótimo para a própria USP.
Obrigado a todos e todas e grande abraço.