Denúncia relata que o Hospital Veterinário pratica eutanásia em cachorros abandonados
O Hospital Veterinário da USP (Hovet) está sendo acusado de cometer procedimentos criminosos, conforme previsto na Lei Federal 9605/98. De acordo com essa lei, o abandono e os maus-tratos a animais são crimes, puníveis com multa e detenção por um período que pode variar de três meses a um ano.
A denúncia apurada pelo JC se refere à eutanásia de animais dentro do Hovet. Segundo a servidora pública e protetora de animais Alicir Aparecida Marconato, “o procedimento do Hospital Veterinário da USP é: animais abandonados no hospital, se não forem recolhidos até as 17 horas, são eutanasiados no mesmo dia” relata. Estas informações estão formalizadas no Boletim de Ocorrência, realizado na 93ª Delegacia de Polícia do Jaguaré.
Cronologia dos fatos
No dia 23 de fevereiro deste ano, a protetora de animais Amanda levava um de seus cães para ser tratado no hospital, quando notou uma cadela mestiça de Fox paulistinha tetraplégica e abandonada sob o sol, em um canto do Hovet. Ao questionar os funcionários, Amanda foi informada de que a cadela fora abandonada.
Amanda se propôs a pagar pelo tratamento, mas os veterinários recusaram, dizendo que o procedimento do hospital era eutanasiar qualquer animal abandonado no hospital naquelas condições.
Neste momento, Amanda entrou em contato com Alicir. Com seu auxílio, Amanda conseguiu retirar e transferir a cadela para um veterinário particular, onde a cadela foi diagnosticada com um problema na coluna, que a deixava tetraplégica. No entanto, esse quadro era reversível se propriamente tratado. Apesar do atendimento adequado oferecido na clínica, a cadela não resistiu e faleceu semanas depois.
As informações foram confirmadas por Ademir, funcionário do Hovet, conforme consta no B.O.
A resposta do hovet
O Jornal do Campus entrou em contato com a Assessoria do Hovet, que declarou em nota, assinada por seu diretor, ter recebido denúncia similar através da Ouvidoria da USP. Denúncia essa, igualmente publicada no site da Agência Nacional de Direitos dos Animais (ANDA), e que a denúncia foi devidamente respondida.
O diretor do Hovet, Luís Cláudio Lopes Correia da Silva, ressalta no comunicado que a direção do hospital solicitou a apuração da origem da denúncia, pois “trata o corpo clínico do Hospital Veterinário de criminosos, o que certamente se trata de calúnia e difamação, crime grave, passível de detenção”.
Silva afirma que assim que tiver conhecimento das denúncias se manifestará por escrito e tomará as providências que cabem às acusações.
Episódio semelhante
Há um ano, quando as protetoras de animais, Juana Braga e Sandra Marcos, tiveram conhecimento do sacrifício de um cão com tumor ali abandonado. “Saímos de lá chorando, sentindo culpadas e péssimas!”