Criado para ser uma alternativa de mobilidade dentro da Cidade Universitária, o Pedalusp apresenta falhas em seu novo percurso, inaugurado no último dia 22. Ainda em fase de testes, o serviço de compartilhamento de bicicletas para a comunidade uspiana agora tem duas estações, no Metrô Butantã e no Centro de Visitantes da USP, próximo ao portão 1. Entretanto, o serviço já apresenta defeitos, como a falta de funcionários para auxiliar os usuários nas estações e problemas na demarcação do trajeto entre o metrô e o campus.
Para poder utilizar as bicicletas, é preciso realizar um cadastro prévio no site oficial do programa. O Pedalusp, que funciona de segunda à sexta, das 7 às 20 horas, prevê a seus usuários o empréstimo do veículo durante 30 minutos para a realização do trajeto de cerca de 1,5 km – tempo mais que suficiente, de acordo com testes feitos pela equipe do JC. Porém, caso o usuário exceda tal tempo, ele fica sem poder utilizar o serviço durante alguns dias – o número de de dias de “gancho” varia de acordo com o tempo de demora na devolução da bicicleta, e também pode ser conferido no site.
Tentativas
A reportagem do JC procurou utilizar o serviço cinco vezes desde a última quinta. Na primeira tentativa, na sexta à noite, o terminal de empréstimo da estação Butantã não se encontrava em funcionamento, mas havia funcionários do serviço explicando como era possível utilizá-lo. Na segunda-feira, pela manhã, nova tentativa foi feita, mas o terminal continuava desligado – dessa vez, porém sem funcionários por perto. “É uma sacanagem, porque na sexta-feira me disseram que ia começar na segunda-feira. Mas a ideia é boa. Acredito que devo economizar cerca de R$60,00 por mês, pois pretendo utilizar a bicicleta e depois o circular para chegar na aula”, disse Marcelo Abdala, estudante do 1º ano de Engenharia Elétrica na Escola Politécnica.
Só na segunda à tarde é que foi possível utilizar o Pedalusp, partindo, entretanto, da estação do Centro de Visitantes. Ainda que sem funcionários para orientação no lugar, foi simples conseguir uma bicicleta para pedalar. O problema, entretanto, é a demarcação da rota até o metrô: a faixa vermelha existe apenas até o nº 390 da av. Afrânio Peixoto edepois some. Não fica claro para os ciclistas se devem trafegar pelas ruas internas do bairro do Butantã ou seguir pela av. Valdemar Ferreira, dividindo a rua com os carros, em umtrajeto perigoso.
Na segunda à noite, por volta das 19h30 horas, porém, a reportagem do JC encontrou o Pedalusp com problemas no sistema na estação Butantã: após o passo de identificação, o programa acusava “usuário e senha inválidos” para todos os usuários que tentaram retirar uma bicicleta. Na terça, por volta do meio-dia, o problema persistia.
Fluxo e bicicletário
Outro problema apontado por usuários foi a questão do fluxo de passageiros, que pode atrapalhar a utilização do sistema. “É preciso trazer as bicicletas de volta do campus, senão só 16 pessoas vão usar de manhã e os veículos só vão retornar para o metrô na hora do almoço”, disse Abdala. Vinícius Macedo, do 3º ano de Engenharia de Produção, completou: “São 16 bicicletas – é pouco, apesar de ainda estar em fase experimental”.
Além da inauguração da ciclo rota e da estação do Pedalusp, a estação Butantã do Metrô também recebeu no dia 22 um bicicletário, no qual qualquer passageiro pode deixar suas bicicletas ou emprestá-las do programa Use Bike/Nossa Bike, mantido pela seguradora Porto Seguro e pela Sabesp. Para participar, é preciso se cadastrar previamente com CPF, RG, cartão de crédito e comprovante de residência. Mais detalhes no site do programa.