Um debate organizado pelos professores Vinícius Romanini e Gustavo Dainezi e alunos da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP) , temas como a crise política, as atuais situações sociais e econômicas do país foram discutidos. O prefeito Fernando Haddad foi o convidado de hoje, e discutiu o afastamento da presidente Dilma Roussef, sua gestão como prefeito de São Paulo, e os problemas políticos que serão enfrentados no futuro.
Dilma Roussef
Filiado ao Partido dos Trabalhadores desde 1980, o prefeito disse que o impeachment foi causado por uma série de outras crises, e que o processo teve início no momento em que a presidente foi reeleita. De acordo com ele, um dos entraves da gestão presidencial foi formar maioria em um Congresso que diverge das ideologias do PT. Além disso, a investigação de corrupção no governo e em empresas agravou a crise econômica enfrentada pelo governo. “A Operação feriu a espinha dorsal do desenvolvimento brasileiro: as petrolíferas, as áreas navais e de construção civil”. Para ele, em um país em desenvolvimento, tais áreas são essenciais para o crescimento econômico.
Mídia
Para Haddad, a grande mídia falha ao abordar temas governamentais de acordo com suas ideologias, de maneira velada. Ele cita que sua gestão é frequentemente criticada, mas que a gestão do governo de São Paulo, por exemplo, é tratada de maneira totalmente diferente pelos mesmos veículos. “Dois personagens, duas abordagens”, comenta. Ele diz que se os veículos assumissem posições políticas de maneira mais explicita, o problema da manipulação sobre os leitores diminuiria.
Novas perspectivas políticas
Fernando Haddad fechou o debate comentando sobre o futuro político brasileiro. Perguntado o que ele achava da falta de liderança política, o prefeito lamentou o fato, que, de acordo com ele, será um problema num futuro não muito distante. Para ele, é necessária uma reforma política para que as pessoas se atraiam pelo jogo político mais uma vez. Além disso, Haddad colocou que um dos grandes desafios para a democracia brasileira é lidar com seus problemas estruturais.
Assista ao debate: