O JC percorreu cantinas e lanchonetes da USP para descobrir o preço dos principais produtos
Um lanchinho aqui ou ali nunca fez mal a ninguém, mas no fim do mês pode ser algo que pesa quando colocado na ponta do lápis. Já que dentro da própria Cidade Universitária o preço de um pão na chapa chega a variar até R$ 1,50, o Jornal do Campus vai te ajudar na hora em que a fome aperta.
Vale a pena se deslocar pelo campus para uma boquinha? Vários entrevistados afirmam que sim, levando em consideração tanto o valor quanto a variedade de produtos. Como critério para a pesquisa de preços, o JC levou em conta a tríade (quase) universal de todas as cantinas e lanchonetes: pão na chapa, pão de queijo e café. A diferença de preços chega a ser notável.
Os pães de queijo ficaram com uma média de R$ 2,76, seguidos pelos cafés, com 2,12, e pães na chapa, com R$ 1,85. Os espressos, um pouco mais elaborados, 3,43. Para Aline Ângela, estudante de pós-graduação na Faculdade de Educação (FE), os preços não são surpresa. “Acho razoável, comparando com os preços que encontro em São Paulo, mas para um estudante pode pesar o bolso”, conta.
A perspectiva de José Carlos, vigilante da Escola de Comunicações e Artes (ECA), é diferente. “Penso duas vezes antes de comer fora”, afirma. “A questão é financeira mesmo. É melhor trazer de casa, com o tempero do jeito que eu gosto. O custo é bem mais baixo.” Segundo o vigilante, o quesito saúde também é uma preocupação.
Em um mês com vinte dias úteis, podem ser gastos R$ 42,40 comprando um café normal por dia. Mas isso não impede José Mateus da Costa, responsável pelo acesso de um prédio no Instituto de Psicologia (IP), de se deliciar com alguns quitutes. Trabalhando até 12 horas por dia, ele não dá chance para a fome. “Eu mando ver, como mesmo.” Costa ainda dá dicas para quem quer uma alternativa, ao apontar para uma caixa de sanduíches naturais ao seu lado, vendidos pelos próprios alunos; segundo ele, mais baratos que a concorrência.
O professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), Hamilton Luiz Corrêa, ressalta que cada lanchonete tem autonomia para decidir os próprios preços, que costumam levar em consideração os custos com aluguel e fornecedor, além do perfil dos frequentadores. “Seria interessante que todo restaurante tivesse algum produto básico, voltado para os estudantes de baixa renda”, complementa.
O JC não encontrou nenhuma medida oficial desse tipo, mas há os que se preocupam. Adriana, do trailer Toninha’s, é um exemplo. “Quando vemos que o pessoal tá sem grana, a gente oferece [opções] mais baratas. Faz qualquer coisa para não perder o cliente”.