(Foto: Equipe Engenho dos Erasmos)
O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos, base avançada da Pró-Reitoria de Pesquisa, Cultura e Extensão da USP, localizado na Baixada Santista, apresenta mensalmente aos sábados, a partir do dia 27 maio, a produção História, Luz e Som: Memórias de um Velho Engenho. O espetáculo traz projeções audiovisuais mapeadas, técnica conhecida como video mapping, que recobrem as estruturas da própria ruína com imagens que remontam ao início da colonização brasileira.
O local não poderia ser mais propício: trata-se da mais antiga evidência física preservada da chegada dos portugueses em território nacional, com mais de quatrocentos anos. Desde 2004 a USP realiza projetos interdisciplinares no Monumento, como exposições, visitas guiadas e investigações científicas, sendo que o local foi doado à universidade na segunda metade do século XX e é vinculado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).
O espetáculo faz parte de um projeto maior em implantação no engenho, que inclui a construção de uma passarela de visitação, para proteger o sítio arqueológico e continuar com as visitas guiadas, e a produção de cartilhas de apoio turístico da baixada santista, feitas através do mapeamento histórico, ambiental, arqueológico e arquitetônico de todas as cidades da região.
O projeto começou a ser estruturado em 2010 pela historiadora e diretora do Engenho Vera Lúcia Amaral Ferlini, juntamente com o arqueólogo e documentarista Silvio Luiz Cordeiro. Neste período, ambos realizaram a varredura à laser do monumento para identificar quais os melhores cenários possíveis para a projeção, além de todos os estudos técnicos, artísticos e teóricos necessários para a exibição, com o financiamento da Pró-Reitoria de Pesquisa, Cultura e Extensão da USP. Além destes pesquisadores, diversos alunos e bolsistas, tanto da USP quanto da Unisantos, ajudam no desenvolvimento de programas no local.
Segundo Ferlini, a crise econômica da Universidade, no entanto, dificultou a finalização de toda parte técnica necessária para o espetáculo, que só pode ser concretizada depois do apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), em 2014, através de um edital específico para a preservação arqueológica nacional.
O show dura cerca de 40 minutos, durante os quais o público faz uma viagem pelas navegações portuguesas, os relatos desses viajantes, o encontro entre colonizadores e indìgenas, a produção de cana e toda a história arqueológica do engenho. Os visitantes também assistem previamente a um documentário produzido por Silvio Cordeiro, que conta a história do lugar e da exposição. Por enquanto a apresentação está restrita àqueles que possuem convite, porém a partir do dia 27 de maio será aberto ao público em geral, sempre aos sábados e com apresentações mensais.
VIDEO MAPPING
O “Video Mapping”, ou Vídeo-Mapeamento Arquitetônico, é uma técnica de projeção de vídeos em qualquer superfície, mesmo a mais irregular, provocando ilusões de ótica e dando a ideia de movimento à estas estruturas estáticas.
Segundo a diretora do Engenho, Vera Lúcia Amaral Ferlini, a inspiração para o projeto veio de demonstração semelhante que foi realizada no Relógio Astronômico de Praga, na República Checa, para sua comemoração de 600 anos. Para a pesquisadora, no entanto, o projeto brasileiro se diferencia por ser permanente e não apenas um evento comemorativo.
Confira o teaser do projeto:
VISITAÇÃO
Espetáculo “História, Luz e Som: Memórias de um Velho Engenho”
Agendamento | 13 3203-3901 ou ruinasengenho@usp.br
Serão oferecidas 40 vagas por sessão, que acontecerão sempre às 19h, podendo ser canceladas em caso de chuva.
Quanto | Gratuito
outras informações: http://www.engenho.prceu.usp.br/