Nos dias 3 e 4 de outubro será realizado em Joinville (SC) o 9º Eneca, Encontro Nacional de Engenharia de Controle e Automação, em que ocorrem as já tradicionais competições entre robôs. A Escola Politécnica representará a USP no evento, que conta ainda com a presença de Unicamp, Universidade Federal de Itajubá, PUC-Rio, entre outras. A equipe da Poli, entretanto, confessa que a falta de orçamento atrapalha.
“O que torna mais difícil conseguir orçamento é que essa atividade ainda não é muito reconhecida no Brasil”, diz Gabriel Gustavo de Góes Silva, estudante de Mecatrônica. “Nossa maior limitação é o que nós podemos comprar, não o que podemos projetar”, completa William Tavares, que estuda Automação e Controle. Ele conta que o time acabou de fechar um patrocínio com o Banco Santander, mas ainda está longe do financiamento ideal.
Tavares explica que muitas vezes a tecnologia usada na montagem dos robôs pode ser absorvida pelas empresas e aproveitada em desenvolvimento de produtos. “Sempre há uma aplicação. A eletrônica desenvolvida já foi usada para fabricar cadeiras de rodas de baixo custo. Já se criou também robôs para inspecionar tubos”. Mas o setor privado não tem se aproveitado disso. “Aqui no Brasil é difícil explicar que é uma equipe de engenharia que não vai simplesmente brincar, mas que vai desenvolver algo que serve para outras coisas. Em países como os Estados Unidos, há mais empolgação em torno disso”.
O preço dos equipamentos, materiais para a produção dos robôs e e participação nas competições é bem alto. O robô “Lenhador”, que, de acordo com Tavares, nem chega a ser de nível de ponta, custou 12 mil reais. “Adam”, um pouco menor, custou R$ 4 Inclusp
mil. Isso sem contar, por exemplo, o transporte dos competidores até Joinville. A equipe sobrevive com R$ 5 mil vindos da Poli, dos patrocínios do FDTE (Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia, criado em 1972 por professores da Poli) e Pece (Programa de Educação Continuada da Escola Politécnica, de extensão) e com a ajuda de empresas menores na produção de equipamentos, como a DigitalTec.
Nocaute
Apesar de a melhor colocação da Poli no Eneca ter sido um 3º lugar em 2007, a equipe está otimista em seus robôs neste ano.
A “Guerra dos Robôs” tem quatro categorias: “Combate”, “Follow Line”, “Hockey” e “Sumô”. Na categoria “Combate”, em que os robôs “Lenhador” e “Adam” estão inscritos, há três possibilidades para vencer: ao acabar o tempo de três minutos, os juízes escolhem um dos dois robôs competidores a partir dos critérios agilidade, agressividade e tática; um dos robôs, por ficar preso inclinado na parede, por exemplo, não consegue mais se mexer; o nocaute, quando um competidor simplesmente para de funcionar.