O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) propôs à mesa do Fórum das Seis, realizado na terça-feira, 11 de maio, reajuste de 6,57% para todas as categorias. Também negou a extensão dos 6%, concedido aos professores em fevereiro e tido como quebra da isonomia salarial pelos Sindicatos. Segundo informes da direção do Fórum, os reitores apresentaram o percentual como definitivo e se negam a dar prosseguimento às negociações salariais na próxima reunião do dia 18. Claudionor Brandão afirma que diretriz do Fórum é de continuidade da greve na USP e adesão da Unesp e Unicamp.
Os manifestantes que se reuniram em frente à sede do Conselho, onde ocorreram as negociações, receberam com grande insatisfação o reajuste de apenas 1% acima da correção inflacionária. “A isonomia salarial sempre foi bandeira do Cruesp para que os funcionários não tivessem reajuste diferenciados”, de acordo com Aníbal Cavali, um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp).
Estiveram presentes ao ato mais de 600 pessoas entre funcionários, alunos e professores das três Universidades Estaduais. A maioria seguiu em direção ao encontro em dez ônibus fretados que partiram da reitoria do campus Butantã.
O Sintusp antecipou o início da greve à reunião do Cruesp, realizada no dia 11, porque considerou que não seria viável aguardar as decisões do Conselho, uma vez que a folha de pagamento da USP fecha no dia 20 e a próxima folha já viria com reajuste.
Os funcionários reivindicam aumento de 16%, segundo o Sintusp relativos não somente à reposição inflacionária do ano passado, mas também a perdas salariais históricas que vem desde 1989.
A parcela fixa de R$ 200,00 figura novamente entre as reivindicações da entidade que alega ser este um mecanismo para reduzir a diferença entre o maior e o menor salários da USP. A demanda se arrasta desde 2007 quando o Cruesp se comprometeu em seu comunicado número 3 a repassar aos funcionários 75% do valor que excedesse a meta de arrecadação de ICMS.
A entrega da pauta unificada no dia 30 de março pelo Fórum das Seis e as petições de reunião de negociação em abril, segundo o Sindicato, foram os mecanismos para antecipar as discussões sobre o repasse dos 6% e foram ignorados pelo Cruesp.
A Reitoria, em comunicado oficial, anunciou liminar estabelecendo multa de mil reais diários ao Sindicato caso ocorressem piquetes, bloqueios ou ocupações. Além disso, afirmou que não haveria pagamento dos dias não trabalhados.
A Assembléia do dia 5 contou com cerca de 250 pessoas. Magno de Carvalho, diretor do Sindicato, encarou a atitude do reitor como uma ‘radicalização’. Ele acredita que ela tenha aumentado a adesão ao movimento e ensejou o fechamento das unidades onde a medida fosse aprovada em retaliação ao corte do ponto. “com o prédio fechado é impossível descontar o ponto, esta é a resposta radical à radicalização do reitor”, de.
O prédio central da ECA foi o primeiro a ser fechado, já no dia seguinte o acesso à unidade foi bloqueado. Biblioteca, seção de alunos, e serviços administrativos e dois departamentos (CCA e CBD) estão paralisados, mas as aulas continuam nos demais prédios.
Assembléias realizadas no dia 12 de maio decidem a continuidade da greve na USP e o início da greve na Unicamp e na Unesp.