Por André Romani
Objetivo
Explicar a questão das reformas de segurança no Instituto de Química (IQ) da USP.
Componentes
Superintendência de Espaço Físico (SEF) da USP
- Instituto de Química (IQ)
- Ministério Público do Trabalho do Estado de São Paulo (MPT)
Introdução
Há alguns anos, o MPT recebeu denúncias anônimas, apontando falta de segurança no IQ. Os relatos apontavam irregularidades na estrutura do instituto para lidar com possíveis incêndios, levando em conta a diversidade e quantidade de materiais inflamáveis na unidade.
Procedimentos
A partir das denúncias, o MPT notificou o instituto a conseguir o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento que certifica as condições de segurança contra incêndio de uma instalação.
Conforme o JC mostrou na edição passada, o corpo de bombeiros não tem jurisdição sobre a USP. Assim, o AVCB, que é obrigatório para os prédios de todo o estado, é opcional para as construções na universidade. No caso do IQ, o documento só passou a ser exigido devido à notificação do MPT.
Em seguida, o IQ listou as obras a serem feitas. Josef Wilhelm, chefe de departamento no Instituto, relata um dos principais problemas nessa etapa: ‘’O MPT quer a regularização, mas não diz como’’. Um exemplo é que o laudo exigia o esvaziamento parcial dos laboratórios, facilitando a evacuação. Para isso, alguns materiais foram transferidos para os corredores. Para a surpresa do professor, manter os corredores livres também era um requisito do documento.
Após a listagem, as obras foram informadas à SEF, responsável pelas reformas na universidade. Ao todo, são previstos 12 reparos no instituto, entre 2018 e 2021.
Discussão de resultados
As reformas são polêmicas. Professores, alunos e funcionários não entendem certas exigências e se queixam de consequências.
É o caso da central de resfriamento e recuperação de solventes. No local, eles são tratados e reutilizados para diminuir custos. Aqueles que não possuem características químicas para tal, são queimados por uma empresa terceirizada. No entanto, há dois meses, o espaço foi fechado devido à notificação. Os solventes, antes recuperados, passaram a também ser queimados, intensificando a emissão de gases do efeito estufa.
Segundo o plano da SEF, um novo prédio será construído para o tratamento dos solventes, orçado em 1,5 milhão de reais. As obras devem começar em 2020. Até a conclusão, o Instituto deve ficar sem local para estocar e recuperar os solventes.
Conclusão
A equação entre as reformas e as reclamações ainda está longe de chegar a um produto, que por enquanto parece ser insolúvel.
Em nota, a diretoria do Instituto informou que as obras visam resolver os problemas decorrentes do desgaste natural de edificações, implantar procedimentos adequados, e atender demandas de infraestrutura e segurança.
Anexo
Foto: Matheus Souza