Cartazes de protesto estampam a fachada do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e um ato público acontece no dia 6, em Brasília. A Associação dos Servidores do Ipen (Assipen) reivindica a reabertura de negociações de reajuste salarial, a contratação de mais funcionários por concurso público e o pagamento de horas-extras.
Conforme Hidetoshi Takiishi, membro da diretoria da Assipen e do Sindsef (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal de São Paulo), o quadro de funcionários do Ipen está muito reduzido, pois o último concurso público foi há dez anos.

Radiofármacos
Há uma crise de abastecimento de Molibdênio-99, elemento radioativo que é matéria-prima do radiofármaco Tecnécio-99m, usado em mais de 80% dos exames de medicina nuclear para diagnóstico de tumores, problemas pulmonares, hepáticos e renais.
O Molibdênio é importado da Argentina e só chega ao Brasil nas sextas-feiras à noite. Por se tratar de um material de vida útil muito curta, os funcionários precisam trabalhar aos finais de semana, segundo Regina Lima, técnica de aplicação de radioisótopos e diretora da Assipen. Mas a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) se recusa a pagar as horas-extras, pois estas são restritas a 90 no setor público.
O Ipen é o único produtor brasileiro de geradores de Tecnécio-99m, mas só consegue suprir 50% da demanda. Por isso, foi quebrado o monopólio estatal desses geradores e empresas privadas estrangeiras estão vendendo o produto aos hospitais brasileiros.