De acordo com um funcionário da Guarda Universitária, que observa e acompanha as capivaras há 7 anos, uma delas quase não sai da água por causa da lesão na pele. Sempre que passa por ali, ele recolhe plantas para alimentá-las. O guarda relata que já presenciou diversas tentativas de agressão, como meninos atirando pedras e um homem que se aproximou dos animais com uma lança improvisada em um cabo de vassoura. Preocupado, chegou a ligar para o Greenpeace e há 3 meses entrou em contato com a professora da Faculdade de Veterinária Nivea Lopes de Souza para requisitar ajuda, mas até agora não obteve resposta. Procurada pelo Jornal do Campus, a professora não deu resposta até o fechamento desta edição.
Segundo Adriana Cruz, assessora de imprensa da reitoria, a Coordenadoria do Campus da Capital (Cocesp) mantém as capivaras no local, pois, de acordo com os órgãos ambientais, as calhas dos rios são o habitat desses animais nas zonas urbanas. Questionado sobre a situação, um funcionário do Ibama de São Paulo respondeu que o órgão só pode fazer qualquer tipo de intervenção caso os animais estejam em cativeiro. A professora Ana Maria Nusdeo, especialista em direito ambiental da São Francisco, não discorda da posição da universidade e comenta: “se quisessem removê-las para áreas de melhor qua-lidade ambiental, seria bom, mas não se trata de uma obrigação”.
Enrico Ortolani, vice-diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, declarou que a faculdade não chegou a ser procurada para avaliar a situação, mas deixou claro que “a manipulação desses animais requer muito cuidado e técnicas especiais”. Ele mencionou o trabalho realizado recentemente por outro professor da FMVZ, Marcelo Labruna, que realizou um levantamento das capivaras que habitam o rio Piracicaba após casos de febre maculosa na cidade de mesmo nome.
Errata
Diferente do publicado na edição impressa, os ferimentos nas capivaras são causados por detritos como plásticos e não por algas. As algas encontradas nesse tipo de ambiente são principalmente microscópicas.