Campeonato promove o esporte universitário e a manutenção das atividades no segundo semestre

No último dia 22, começaram os Jogos da Liga, campeonato organizado pela Liga das Atléticas Acadêmicas da USP (LAAUSP). O torneio conta com a participação de 25 atléticas uspianas que se enfrentam em cinco modalidades diferentes – basquete, futebol, futsal, handebol e vôlei. Anualmente, o campeonato acontece no segundo semestre, e permite que os times dêem continuidade aos trabalhos desenvolvidos na primeira metade do ano.

Jogos da Liga X Copa USP
Ao contrário da Copa USP, que ocorre tradicionalmente no primeiro semestre, os Jogos da Liga não possuem séries (azul e laranja), de modo que todos os times inscritos podem se enfrentar já na fase de grupos.
O atual presidente da LAAUSP, João Francisco Vargas Meireles, afirma que o fato de não haver separação dos times em divisões faz com que algumas equipes não participem do campeonato, justamente por não haver a pressão de manter-se na “primeira divisão” ou acessá-la. João acredita que a motivação dos times é maior no primeiro semestre e, consequentemente, na Copa USP. “No começo do ano, ainda tem aquela animação de ‘quero participar’, ‘quero jogar’. Nessa época, está todo mundo animado, com vontade de jogar, mas depois, no segundo semestre, já começam a cansar das atividades e alguns times acabam reduzidos e não se inscrevem nos Jogos da Liga”.
Histórico dos campeonatos internos
As disputas internas entre as atléticas da USP são muito antigas e tradicionais. O que as difere, no entanto, são suas denominações e estruturas. Os Jogos da Liga e a Copa USP, como vemos hoje, são frutos de diversas transformações promovidas no esporte da Universidade ao longo dos anos. A forma como estão definidas atualmente é resultado de algumas mudanças feitas por volta de 2005 pela LAAUSP. Klebber Maciel, ex diretor de esportes da LAAUSP e atual treinador do time de futsal masculino da Farmácia USP, conta que, desde sua entrada na universidade em 1999, os Jogos da Liga mantêm o mesmo modelo que vemos hoje. Porém, a Copa USP sofreu algumas modificações. “Quando entrei, [os Jogos da Liga] já tinham esse formato e essa denominação, as características se mantiveram desde então. A Copa USP, não. Ela se modificou em 2005” completa Kléber.
O modelo antecessor ao atual era o chamado “eliminação dupla”: o sorteio definia o chaveamento de modo que os times jogavam uns contra os outros em forma de “mata mata”. Os vencedores iam para um lado da tabela, enquanto os perdedores passavam para o outro lado e tinham mais uma oportunidade de jogar com os outros times que também foram derrotados. Em caso de nova derrota, eliminação. Para Klebber, esse modelo de campeonato é injusto, já que todos os custos do torneio eram divididos igualmente entre as atléticas, fazendo com que os times menos competitivos tivessem os mesmos gastos – e menos jogos – do que aqueles mais fortes que iam até às finais. Pensando nisso, em 2005, após um teste realizado nos Jogos da Liga, foi aprovada a mudança no formato de disputa da Copa USP. Ele acrescenta dizendo que essas mudanças estruturais eram necessárias ao torneio de início de ano, mas não aos Jogos da Liga, que sempre foi pensado em ser um campeonato mais tranquilo.

Jogos da Liga no esporte universitário
Mesmo sendo um torneio disputado apenas por faculdades da USP, os Jogos da Liga possui grande importância Isso se dá pela quantidade de jogos disputados ao longo de uma única temporada do campeonato, já que há pelo menos quatro grupos com quatro times em cada uma das seis modalidades disputadas. Multiplicando esses números, podemos concluir que os Jogos da Liga não são um torneio pequeno e que muitos times almejam participar, assim como empresas de arbitragem, que procuram o campeonato para trabalhar.
Por maior que sejam os padrões alcançados pelos Jogos da Liga, a intenção é se manter como estão, isto é, restringir o campeonato aos times de dentro da USP. João explica que a LAAUSP não tem intenção em transformar os Jogos em um campeonato que receba atléticas de outras universidades. A ideia é se manter na USP, já que é muito mais vantojoso para a Liga que uma atlética pequena crie e mantenha um time, do que tentar absorver outras universidades de fora.

Por Giovanna Chencci