Ao visitar o Museu Paulista, alunos se sentiam parte da história estudada nos livros
Por Carolina Fioratti]

O Museu Paulista lembra o passado. Não apenas aquele passado do descobrimento do Brasil ou do grito da independência, mas sim os tempos de escola, em que eu, crescida no Ipiranga, visitava o espaço com meus colegas e professores ou apenas levava familiares de fora de São Paulo para conhecer.
Pensando nisso, questionei-me: quantas crianças não tiveram a chance de estudar a história do país da mesma forma que eu? Procurei a ex-coordenadora da minha antiga escola, Flávia Kairalla. Ela explica que eram levadas por visita, aproximadamente, 30 alunos. O passeio era realizado anualmente com todas as turmas do nono ano. “Quando penso que a última visita que fizemos ao museu foi em 2012 e que isso já faz sete anos, tenho uma tristeza grande de pensar em quanto nossos adolescente estão deixando de aprender. A história do Brasil estava lá, a alguns metros de nós.”, diz a educadora, que trabalhava a 12 minutos do Parque da Independência.
Flávia, que também é historiadora, conta que, apesar de morarem perto, muitos estudantes da escola, que era pública, nunca haviam visitado o interior do museu. Ela acredita que a cultura ainda é vista como algo reservado à elite, então, conhecer o museu fazia com que os alunos se sentissem valorizados e incluídos na história. “Pela primeira vez, aquilo que eles viam nos livros fazia sentido para eles”, completa.
Raphaela Panontin, crescida no bairro, conta que a escola particular onde estudou também fazia visitas ao museu. Para ela, é uma grande perda o fechamento, pois restringe o conhecimento da história brasileira. A jovem conta que seu irmão de nove anos nunca entrou no local.